Apesar do superávit de US$ 712 milhões, balança comercial tem pior resultado para meses de maio em 12 anos

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Mesmo tendo fechado o mês de maio com um superávit de US$ 712 milhões, a balança comercial brasileira apresentou no mês passado o pior resultado para meses de maio nos últimos doze anos, segundo informação divulgada ontem (2) pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em 2002, a balança apresentou no mês de maio um saldo de US$ 384 milhões. Nos cinco primeiros meses do ano, a balança está negativa em US$ 4,85 bilhões.

No mês passado, as exportações recuaram 4,9%, comparativamente com maio de 2013, para US$ 20,75 bilhões. Ao mesmo tempo, as compras do exterior somaram US$ 20,04 bilhões, e registraram queda de 4,8% sobre o mesmo mês do ano passado.

O deficit de US$ 4,85 bilhões em maio é um número preocupante mas, ainda assim, representa uma ligeira melhora em relação ao saldo negativo registrado pela balança comercial brasileira em igual período do ano passado, quando apurou-se um deficit de US$ 5,380 bilhões. Segundo informações divulgadas pelo MDIC, no acumulado dos cinco primeiros meses deste ano, as exportações somaram US$ 90,06 bilhões, com média diária de US$ 883 milhões, uma queda de 2,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. As importações, por sua vez, totalizaram US$ 94,91 bilhões, o equivalente a US$ 930 milhões em média por dia útil, com recuo de 2,9% sobre o mesmo período de 2013.

Ainda segundo o MDIC, as vendas ao exterior de produtos semimanufaturados recuaram 9,8% nos cinco primeiros meses deste ano, enquanto que as exportações de manufaturados caíram 8%. Já as vendas de produtos básicos subiram 2,9% de janeiro a maio deste ano. Do lado das importações, houve queda nas aquisições de combustíveis e lubrificantes (-14,5%), de bens de capital (-2,3%), enquanto cresceram as compras de matérias-primas e intermediários (+0,1%) e de bens de consumo (+1,9%).

Resultado de 2013

Em 2013, a balança comercial brasileira registrou superávit (exportações menos importações) de US$ 2,56 bilhões, o pior resultado para um ano fechado desde 2000 – quando houve déficit de US$ 731 milhões.

De acordo com o governo, a piora do resultado comercial do ano passado aconteceu, principalmente, por conta do serviço de manutenção de plataformas de petróleo no Brasil, que resultou na queda da produção ao longo de 2013, e pelo aumento da importação de combustíveis para atender à demanda da economia brasileira.

Os dados oficiais mostram, porém, que o saldo comercial do ano passado só foi positivo por conta da "exportação" de plataformas de petróleo que, na realidade, nunca deixaram o Brasil. Essas operações somaram US$ 7,73 bilhões em 2013.

As plataformas foram compradas de fornecedores brasileiros por subsidiárias (empresas que têm o capital de outras) no exterior de companhias como a Petrobras e, depois, "internalizadas" no país como se estivessem sendo "alugadas", mesmo sem saírem fisicamente do Brasil. Com isso, as empresas do setor recolhem menos tributos.

Previsão de saldo de US$ 3 bilhões em 2014

A expectativa do mercado financeiro para este ano, segundo pesquisa realizada pelo Banco Central com mais de 100 instituições financeiras, é de pequena melhora do saldo comercial. A previsão dos analistas dos bancos é de um superávit de US$ 3 bilhões nas transações comerciais do país com o exterior.

Já o BC prevê um superávit da balança comercial da ordem de US$ 8 bilhões para 2014, com exportações em US$ 253 bilhões e compras do exterior no valor de US$ 245 bilhões.

Fonte: Comex

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