Brasil compra mais trigo dos EUA, mesmo com Tarifa Externa Comum (TEC)

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No Paraná, maior produtor brasileiro do cereal, preços médios estão acima de R$ 43 por saca de 60 quilos.

A perspectiva de aumento na produção brasileira de trigo na próxima safra não enfraquece a demanda das indústrias locais pelo produto dos Estados Unidos. Mesmo sem o "desconto" de 10% garantindo pelo governo em 2013 — quando houve isenção de cobrança da Tarifa Externa Comum (TEC) — o ritmo das compras ainda é forte. Divulgado a semana passada, o último relatório de exportações semanais do Departamento de Agricultura norte-americano, o Usda, aponta que só entre os dias 15 e 29 de maio deste ano mais de 195 mil toneladas relativas à próxima safra foram adquiridas no Hemisfério-Norte.

Com isso, as compras referentes ao próximo ciclo já passam de 300 mil toneladas. E no Brasil, as perspectivas indicam que a oferta do cereal será uma das maiores dos últimos anos. A colheita começa daqui a dois meses pelo Paraná. O estado é o maior produtor nacional e deve retirar das lavouras perto de 4 milhões de toneladas. As aquisições futuras são motivadas pelas recentes desvalorização do grão na Bolsa de Chicago (CBOT) e pelo período de entressafra sul-americano, explicam os analistas. A boa qualidade do trigo dos Estados Unidos é outro fator que estimula a antecipação das compras pela indústria, indica o analista da Safras & Mercado Élcio Bento. "Mesmo sem a isenção da TEC, os EUA oferecem condição bem atrativa e tem sido uma opção bastante acessível", explica. Com um consumo interno próximo de 12 milhões de toneladas, o Brasil depende das importações do cereal para suprir a demanda interna.

A maior parte do produto importado fica com os moinhos do Norte e Nordeste do Brasil. A proximidade facilita a logística e faz com que o cereal seja mais barato do que o embarcado na Argentina, que também fornece matéria-prima para as indústrias brasileiras.

Inversão

Historicamente a demanda doméstica pelo cereal norte-americano costuma ser baixa, já que o produto argentino é isento de TEC e acaba custando menos à indústria brasileira. O cenário começou a se inverter no ano passado, quando o governo da Argentina decidiu restringir as exportações, limitando a oferta ao Brasil. Aliado a isso, fatores climáticos comprometeram parte da produção brasileira, exigindo a busca de novos mercados.

Para evitar a escassez interna, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligada ao MDIC, estendeu para fora do Mercosul a isenção da TEC, abrindo espaço à produção oriunda do Hemisfério Norte. Com isso, os EUA foram o principal fornecedor do Brasil em 2013, com embarques que somaram 3,4 milhões de toneladas. Já no acumulado de janeiro a abril, mais de 2 milhões de toneladas já foram importadas, indicam dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Fonte: Gazeta do Povo

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