Copa do mundo eleva importações e frustra fabricantes nacionais

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A Copa do Mundo de Futebol no Brasil não foi um bom negócio para os fabricantes nacionais do setor têxtil e de confecção. Após resultados positivos em janeiro e fevereiro, o segmento notou uma queda nas encomendas e na produção nos meses de abril e maio. Para piorar a situação, as importações avançaram.

Dados oficiais da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) mostram que entre janeiro e abril deste ano houve uma queda de 6,9% na produção do segmento têxtil e alta de 0,8% na de vestuário. No entanto, neste mesmo período os contêineres asiáticos ganharam espaço.

Segundo o levantamento do Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex) o volume de importação de camisetas de malha mais que dobrou entre janeiro e maio deste ano ante o mesmo período de 2010, data da última edição do mundial, realizado na África do Sul. "Comparando a atual Copa com a última, em 2010, o volume de importação de camisetas de malha mais que dobrou nos períodos idênticos de janeiro a maio, saltando de 1.460 toneladas para 3.100 toneladas", expôs a Abit em comunicado oficial divulgado à imprensa.

Expectativas

De acordo com a entidade, havia uma boa expectativa em relação ao mundial no primeiro trimestre deste ano, o que gerou uma pequena antecipação de encomendas. Isso, somado às vendas de verão, resultaram em uma produção positiva nas confecções. "Contudo, em abril e maio, o varejo não respondeu como o esperado", diz a Abit.

Ainda segundo a associação, a queda no índice de confiança do consumidor resultou em menos encomendas, mesmo próximo da Copa do Mundo.

"O resultado foi a queda da produção física nos dois meses seguidos. Soma-se a isso, que boa parte das encomendas já tinham sido feitas aos asiáticos".

Números da Associação dos Exportadores de Bangladesh apontam um aumento de 14% nas vendas de camisetas neste em função do campeonato.

"Ainda assim, muitas confecções brasileiras se inspiraram na Copa para lançar produtos, mas em pequenas quantidades que não chegaram a reverter o quadro negativo de produção", disse a Abit. Ela também afirmou que o volume adicionado na produção têxtil e de confecção no Brasil com a Copa gira em torno de 5% a 10% (menos que Dia das Mães e fim de ano).

Fonte: Diário do Comércio e Indústria

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