Isenções levam 85 empresas ao Piauí

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A política de atração de investimentos, como a isenção do recolhimento do ICMS, já levou 85 empresas nacionais e estrangeiras a se instalar na capital e no interior. Os distritos industriais de Teresina, Parnaíba, Picos e Floriano foram reforçados por unidades como a da Crown Embalagens, fabricante de latas de alumínio.

A Bunge, gigante do agronegócio, se instalou em Uruçuí, a Terracal Alimentos e Bioenergia investe R$ 1,5 bilhão em uma fábrica em Guadalupe, e a mineradora Bemisa está implantando o Projeto Planalto em Paulistana. Hoje, o setor industrial já responde por 18,47% do PIB do Piauí.

Só no ano passado foram aprovados 24 projetos de instalação de novas indústrias, com investimentos de R$ 266,3 milhões e geração de 14.616 empregos. O resultado, até agora recorde, se deve principalmente aos setores alimentício, que aportou R$ 23,6 milhões em 11 empreendimentos - 82% na capital - e de produtos químicos, com R$ 59,9 milhões, geração de mais de 3 mil empregos diretos e indiretos e instalação de cinco fábricas.

O Grupo Tomazini, que já produz soja em 9 mil hectares e milho em mil hectares na região do Cerrado Piauiense, tem um projeto de expansão com um complexo industrial que terá fábrica de rações, armazéns gerais, granja, incubatório, esmagadora de grãos e frigorífico, com investimentos nos próximos três anos de R$ 600 milhões e previsão de empregar 6 mil pessoas. "A expectativa para 2014 é superar a marca do ano passado", diz Patrícia Freitas, secretária de desenvolvimento tecnológico.

A economia do Piauí cresceu quase oito vezes mais que a população do Estado na primeira década deste século. Havia 2,9 milhões de piauienses em 2002 e em 2010 já eram 3,1 milhões, quase 7% mais, de acordo com o IBGE. Já o PIB cresceu 52,5% no mesmo período. Foi o segundo maior crescimento econômico do Nordeste, mas não o bastante para tirar a economia do Estado da 23ª posição no país, com uma participação de 0,6% no bolo nacional.

O PIB per capita é de R$ 5.373,00. Historicamente, o Piauí sempre foi grande exportador de cera de carnaúba, mas a seca dos últimos três anos derrubou a produção. Hoje, apesar da estiagem, soja e ceras vegetais são responsáveis por mais de 82% das exportações, de janeiro de 2012 a abril deste ano, de acordo com balanço da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

A soja lidera com 63,5% da pauta. O algodão é o terceiro produto em exportação, com uma participação de 18% do volume total. "Os números para 2014 refletem uma perspectiva de safra recorde. O período chuvoso foi coerente com a produção dos grãos e os produtores já começaram a recolher os frutos do trabalho", diz Patrícia Freitas.

O Estado aposta ainda no potencial da exploração de recursos naturais. A Bacia do Parnaíba, com 680 mil km², é a maior esperança. As estimativas iniciais apontam para um volume de óleo ou gás de 20 trilhões de pés cúbicos (Tpc) para os 20 blocos da bacia, mas esse resultado só pode ser considerado reserva dependendo de fatores de recuperação. A Ouro Preto Óleo e Gás, que adquiriu três blocos, com expectativa de que a produção seja usada para abastecimento de termoelétricas, vai investir mais de R$ 102 milhões com previsão de gerar 3 mil postos de trabalho diretos e indiretos por bloco.

Paulistana, a 474 quilômetros de Teresina, tem uma reserva de ferro estimada em 400 milhões de toneladas. A Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) destinou R$ 1,7 bilhão para a empresa Brasil Exploração Mineral S/A, que vai explorar minério de ferro no município. O projeto prevê investimento superior a R$ 3 bilhões e deve gerar 3,9 mil empregos.

Em Capitão Gervásio Oliveira, a 530 quilômetros da capital, o principal atrativo é o níquel, com reservas estimadas em 25 milhões de toneladas. Já foram investidos R$ 120 milhões em prospecção e certificação para o adiantamento das obras. A planta-piloto estima a criação de 600 empregos diretos e 1200 indiretos. O prazo de instalação é para 2017.

Projetos de infraestrutura tentam eliminar os gargalos que impedem um crescimento ainda maior do estado. O maior de todos é o da Ferrovia Transnordestina. As obras do ramal do Piauí, que tem 500 quilômetros de extensão, estão atrasadas, mas a previsão de inauguração ainda é 2016.

O Porto de Luís Correia está numa lista de 14 equipamentos portuários marítimos que têm recursos garantidos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2) para obras de dragagem, aprofundamento e adequação da navegabilidade nos canais de acesso. A capacidade para suportar navios de até 30 mil toneladas chegará a 70 mil toneladas.

Fonte: Canal do Produtor

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