Mato Grosso, Goiás e MS respodem por 39% dos abates bovinos no país

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Na comparação entre os primeiros trimestres de 2014 ante 2013, o descarte reduziu 3,4%. A boa notícia é o freio na oferta das matrizes.

Os abates de bovinos, em Mato Grosso, reduziram 3,4% na comparação entre o realizado no primeiro trimestre desde ano em relação ao mesmo período de 2013. Apesar da queda anual, o Estado que detém o maior rebanho de bovinos do Brasil, segue líder nacional em gado abatido, seguido de Mato Grosso do Sul e Goiás. Os três estados respondem juntos por quase 39% dos animais abatidos no período, no país.

Conforme dados divulgados ontem pela Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, Aquisição de Leite, Couro e Produção de Ovos, do IBGE, Mato Grosso abateu 1,33 milhão de cabeças, enquanto que no primeiro trimestre de 2013 foram 1,38 milhão. De acordo com o segmento, essa queda nos primeiros meses do ano refletiu a falta de animais disponíveis para abate. A oferta não está abundante, mesmo com o bom período de chuvas no primeiro trimestre do ano. Apesar da redução anual dos abates, os dados apresentados ontem pelo IBGE trazem uma boa notícia: o descarte de fêmeas, muito frequente nos últimos anos no Estado, também apresentaram queda no período em comparação, mas o recuo é quase quatro vezes maior que do abate em geral que encolheu 3,4%. O abate de vacas – que é um dos principais indicadores da falta de rentabilidade no segmento – reduziu 12,6%.

De janeiro a maio deste ano foram 457.646 vacas e 666.870 bois. Em igual acumulado do ano passado, haviam sido descartadas 523.572 vacas e 667.074 bois. Entre os trimestres 65 mil vacas deixaram de ser abatidas no Estado. O abate excessivo das matrizes compromete a evolução dos rebanhos e em um grau mais elevado, levar a um apagão na oferta de bezerros e animais de reposição.

A explicação para uma maior retenção das fêmeas pode estar nos preços da arroba. Segundo o indicador ESALQ/BM&F Bovespa do Cepea, o preço médio da arroba bovina de janeiro a março de 2014 foi de R$ 118,71, variando de R$ 112,64 a R$ 127,77. No mesmo período do ano anterior, o preço médio da arroba foi de R$ 97,91, variando de R$ 97,02 a R$ 99,29, representando aumento médio anual da ordem de 21,2%.

BRASIL - No 1º trimestre de 2014, foram abatidas 8,36 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária. Esse valor foi 5,9% menor que o recorde alcançado no trimestre anterior (8,88 milhões de cabeças) e 2,9% superior ao registrado no 1º trimestre de 2013 (8,12 milhões de cabeças). Nos comparativos anuais dos mesmos trimestres, o 1º trimestre de 2014 é o décimo trimestre consecutivo em que se tem observado aumento na quantidade de bovinos abatidos, registrando também nova marca recorde entre os primeiros trimestres.

Pela série histórica do IBGE sobre a participação de machos e fêmeas no abate total de bovinos, observa-se que os primeiros trimestres são caracterizados por picos no abate de fêmeas. "Esses picos ocorrem pela intensificação do descarte de matrizes improdutivas, quando os pecuaristas aumentam o abate de fêmeas para cumprir com compromissos de contrato, resguardando os machos à espera da engorda".

De todo modo, no primeiro trimestre de 2014 houve redução de 0,1 ponto percentual na participação de fêmeas no abate total de bovinos em relação ao mesmo período do ano anterior, quebrando a sequencia de aumentos do abate de fêmeas nos primeiros trimestres. Em Mato Grosso essa queda foi bastante significativa, quase 13%, acima do movimento registrado na média nacional.

Fonte: Diário de Cuiabá

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