Embraer vence de novo contrato da Força Aérea dos Estados Unidos

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Fonte: Folha de São Paulo
Data: 27/02/2013


Após ter sido selecionada e ver seu contrato ser suspenso, a Embraer foi novamente escolhida para vender o avião de combate A-29 Super Tucano para a Força Aérea dos Estados Unidos por US$ 427 milhões. A empresa brasileira vai fabricar a aeronave em parceria com a americana SNC (Sierra Nevada Corporation).

O contrato prevê a entrega de 20 aeronaves de apoio aéreo tático, equipamentos para treinamento de pilotos no solo, peças de reposição e apoio logístico. Os aviões serão construídos na fábrica da Embraer localizada em Jacksonville, no Estado americano da Flórida.

A companhia já havia vencido a licitação em dezembro de 2011, mas ela foi cancelada em fevereiro do ano passado --problemas com a documentação, segundo a Força Aérea dos EUA.

O governo americano foi fortemente pressionado pela concorrente HB (Hawker Beechcraft), que alegou que a escolha de uma companhia brasileira tiraria empregos de americanos.

Ela concorria com a aeronave AT-6, ainda em fase de desenvolvimento. No dia 19, a HB anunciou a sua saída do "Chapter Eleven" (pedido de proteção contra falência), feito em maio do ano passado.

"Esta escolha confirma que o A-29 Super Tucano é a aeronave mais efetiva para as operações LAS. Estamos prontos para começar a trabalhar e honrados em poder apoiar o governo dos Estados Unidos e seus parceiros com a solução de melhor custo-benefício", disse Luiz Carlos Aguiar, presidente da Embraer Defesa e Segurança.

"Nosso compromisso é avançar com a estratégia de investimentos nos Estados Unidos e entregar o Super Tucano no prazo esperado e conforme o orçamento contratado", disse o executivo brasileiro.

"O programa Light Air Support [LAS] é essencial para os objetivos dos Estados Unidos no Afeganistão e para a nossa segurança nacional", disse Taco Gilbert, vice-presidente de soluções táticas integradas da área de inteligência, vigilância e reconhecimento da americana SNC.

"É uma grande honra servir ao nosso país fornecendo aeronaves, treinamento e suporte para este programa", disse. "O A-29 Super Tucano é a aeronave ideal para o programa LAS, cuja missão é crítica e a necessidade é premente."

VITÓRIA

Segundo o Ministério da Defesa brasileiro, o secretário de Defesa interino dos Estados Unidos, Ashton Carter, ligou para o ministro Celso Amorim para comunicar que a Embraer havia vencido a licitação.

No telefonema, o secretário americano parabenizou o governo brasileiro pelo resultado. Amorim disse, em nota, que venda dos Super Tucano aos EUA é "uma grande vitória" da indústria nacional. "Isso certamente vai abrir muitas novas portas para um projeto bem-sucedido, que já demonstrou ser exitoso no país e em outras partes do mundo".

EXPERIÊNCIA

O Super Tucano tem mais de 180 mil horas de voo, das quais 28 mil horas de combate, e está em operação em nove forças aéreas de América Latina, África e Ásia, com um total de 160 unidades entregues.

Segundo a Embraer, cerca de 86% do valor em dólar do Super Tucano vem de componentes fornecidos por companhias ou países qualificados sob a lei "Buy American Act", que exige um conteúdo americano superior a 50% para os produtos comprados fora dos EUA.

BENEFÍCIOS

O parque industrial envolvido com o projeto reúne mais de cem fornecedores de serviços e de componentes em 21 Estados americanos, o que corresponde a uma cadeia de fornecedores de 1.400 funcionários no país.

"Na verdade, a Embraer adquire mais de US$ 2 bilhões em componentes fabricados por fornecedores americanos, suportando cerca de sete mil empregos nos EUA", comenta a Embraer em seu site "BuiltForTheMission", com informações dedicadas ao Super Tucano e à concorrência LAS.

BOEING

Segundo uma fonte do governo brasileiro, a confirmação da vitória da Embraer poderá ajudar a remover parte dos obstáculos para a Boeing na licitação para a compra de 36 caças para a FAB (Força Aérea Brasileira), disputa que pode chegar a US$ 16 bilhões. A Boeing concorre com a sueca Saab e a francesa Dassault.

A presidente da Boeing do Brasil, Donna Hrinak, manteve a retórica de que as duas licitações são distintas, mas disse que "qualquer oportunidade de cooperação entre Brasil e Estados Unidos ajuda a relação bilateral".

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