Força Aérea dos EUA manda suspender produção do Super Tucano
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- 28/03/13
Fonte: Folha de São Paulo
Data: 14/03/2013
A Força Aérea dos Estados Unidos suspendeu a produção do avião Super Tucano pela Embraer, atendendo a uma determinação do GAO (Government Accountability Office), órgão do governo americano responsável pela prestação de contas públicas.
A suspensão automática do contrato de US$ 427,5 milhões, vencido pela Embraer em 27 de fevereiro, ocorreu porque a concorrente americana Beechcraft questionou formalmente a licitação. Agora, o GAO abriu processo para investigar a concorrência e tem até 17 de junho para decidir sobre o caso.
A Beechcraft questiona o valor do contrato. "Simplesmente não entendemos como a Força Aérea pode justificar um gasto adicional de mais de US$ 125 milhões pelo o que consideramos ser uma aeronave com menos capacidades", disse em comunicado o presidente-executivo da empresa, Bill Boisture, após perder a licitação para a Embraer pela segunda vez.
Ele disse que sua empresa estava "muito perplexa" com a decisão e que há dúvidas sobre eventuais erros cometidos no processo de seleção.
A Embraer já havia vencido um contrato inicial de US$ 355 milhões em dezembro de 2011, mas a Beechcraft entrou na Justiça e conseguiu anular a concorrência. A Força Aérea americana refez o processo, aumentando as exigências --o que beneficiava a brasileira-- e o valor do contrato, e a Embraer foi novamente anunciada como vencedora.
Anteriormente conhecida como HB (Hawker Beechcraft), a Beechcraft saiu de um processo de concordata no mês passado. Ela disse em comunicado que a decisão a favor da Embraer afetará cerca de 1.400 postos de trabalho no Kansas e em outros Estados americanos.
A associação que representa mais de 3.000 funcionários ativos e inativos da empresa pediu a revisão da decisão.
DEFESA
Apesar dos protestos no país, a Força Aérea defendeu a escolha. "Estamos confiantes que esta decisão é bem fundamentada e que as propostas dos ofertantes foram total e justamente consideradas dentro do critério de avaliação", disse o porta-voz da instituição, Ed Gulick.
"Como a Beechcraft entrou com uma ação dentro do prazo de cinco dias após o anúncio oficial do resultado da concorrência, a lei de competição em contratos determina automaticamente que a gente emita uma ordem de interrupção dos trabalhos", disse o porta-voz da Força Aérea americana.
A Embraer informou que agora "aguarda a decisão do órgão competente americano", mas acredita que "haverá desfecho em breve e favorável à companhia".
O contrato de US$ 427,5 milhões envolve a compra de 20 aviões Super Tucano, além de peças e serviços de manutenção. Se a venda for concretizada, os aviões serão construídos na fábrica da Embraer localizada na Flórida e usados para dar apoio à missão militar do país no Afeganistão. Será a primeira venda da empresa brasileira para a Força Aérea americana.