Bacia do Paraná deve ser incluída em leilão para exploração de gás este ano

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O governo deve incluir a bacia do rio Paraná no leilão de blocos para exploração de gás não convencional previsto para este ano. A região, que se estende do Mato Grosso até o Rio Grande do Sul, é a mais atrativa para a produção do gás a partir da sua rocha geradora, conhecido também como gás de folhelho ou "shale gas".

O potencial da bacia do Paraná é desconhecido e, por isso, o leilão vai incluir também a projeção de pesquisas e prospecção do potencial pelos seus vencedores. Estima-se, porém, que a bacia tenha capacidade multiplicar em muitas vezes o volume de reservas comprovadas de gás no Brasil, atualmente em 459,4 bilhões de metros cúbicos.

 

De acordo com o secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Almeida, em palestra a jornalistas nesta segunda-feira, o governo está definindo as regras que as empresas interessadas deverão cumprir, com foco em fomentar a exploração de gás não convencional.

Segundo Almeida, o vencedor do leilão terá de se comprometer em analisar a área licitada inclusive até as camadas mais profundas, em busca de gás não convencional, mesmo caso a empresa já encontre óleo ou gás antes de atingir a rocha que gera o gás não convencional. Dessa forma, o governo espera conseguir mapear as reservas desses tipo de recurso. Essas informações obtidas pelas empresas devem ser entregues ao governo, afirmou o secretário.

Mesmo que isso resulte em custos mais altos para as empresas, o secretário avalia que não deve desestimular o interesse pelos blocos por parte das empresas. Almeida comparou com a demanda na rodada de leilão anterior, e avalia que as empresas estão interessadas em pesquisar as fontes de gás não convencional, pois se for encontrado Shale Gas, os custos maiores devem ser compensados.

O secretário também afirmou que o preço do gás não convencional no Brasil deve ficar maior do que o que está sendo vendido nos Estados Unidos. Para Almeida, a proibição de exportação do recurso no país levou a uma queda nos preços.

— Não há excedente. Para baixar o preço precisamos de um choque de oferta — disse. — Enquanto não tivermos volume, não teremos a mesma condição de preço (do que nos Estados Unidos). Em curto e médio prazos, não devemos esperar preços tão baixos no Brasil.

Como uma das formas de aumentar a segurança na exploração do gás não convencional e acelerar a liberação das licenças para exploração, Almeida afirmou que o licenciamento ambiental para a perfuração e fraturamento das rochas para extrair o gás será feito pelo Ibama, e não mais pelos estados, como é feito hoje.

Sobre os riscos ao ambiente oriundos da exploração do gás não convencional, o secretário disse que são mitigáveis.

— Temos de ter responsabilidade, mas não é um bicho de sete cabeças. Temos tecnologia e profissionais para fazer isso — afirmou.

Fonte: O Globo

 

 

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