Crise nas empresas de Eike atinge agora negócio na área de carvão

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A crise de credibilidade das empresas X, letra com a qual Eike Batista nomeia seus negócios, atingiu ontem mais uma companhia do grupo: a CCX Carvão. As ações ordinárias (ON, com voto) da empresa despencaram 23,44% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), cotadas a R$ 2,45, a maior queda diária destes papéis na história.

No pior momento, as ações chegaram a recuar 32,81% em meio a rumores de que o empresário poderá adiar a data de fechamento de capital da empresa, que deixará de ser negociada na Bolsa. A Oferta Pública de Aquisição (OPA) de ações está marcada para 12 de julho, com preço de R$ 4,31 por papel, mas o prazo já foi alterado duas vezes pela empresa nos últimos meses. Segundo Pedro Galdi, da SLW Corretora, fundos de investimentos que mantinham as ações da empresa em carteira para participar do fechamento de capital optaram por vender os papéis, causando a forte perda.

Com o a forte queda das ações da CCX, os papéis ordinárias de outras cinco empresas do grupo também caíram. OGX Petróleo ON recuou 11,11%, a R$ 1,04; LLX Logística ON perdeu 9,42%, a R$ 1,25; MMX Mineração ON caiu 5,16%, a R$ 1,47; MPX Energia ON cedeu 0,79%, a R$ 8,75; e OSX Brasil ON teve queda de 4,05%, a R$ 2,37.

Pressionado pelas ações da OGX e pelo pessimismo no mercado externo, o Ibovespa, índice de referência da Bolsa brasileira, fechou ontem em queda de 1,18%, aos 49.180 pontos. É o menor patamar do índice desde 8 agosto de 2011. Segundo analistas, a queda foi influenciada pelo vencimento de opções sobre o índice. Em Wall Street, o Dow Jones fechou em baixa de 0,84% e o Nasdaq, de 1,06%.

Após mais um dia de perdas, as ações da petroleira OGX renovaram sua menor cotação da História. Desde terça-feira, os investidores reagem assustados à notícia de que o empresário Eike Batista vendeu 70,5 milhões de ações da companhia por R$ 121,8 milhões entre 24 e 28 de maio passado.

- O mercado esperava que Eike comprasse as ações da OGX, e não que as vendesse, já que ele assumiu o compromisso de adquirir US$ 1 bilhão de papéis da petroleira, caso necessário, para ajudá-la - explicou um operador, que pediu para não ser identificado.

Empresas perdem US$ 16,6 bi

Em relatório aos clientes, o Santander avaliou que seria "essencial" o empresário Eike Batista exercer a opção de compra de ações e adquirir US$ 1 bilhão em papéis, por R$ 6,30 cada. Segundo o banco, caso contrário, a companhia pode ficar sem recursos em caixa em meados de 2014. "Se o sr. Batista está vendendo ações a R$ 1,73, nós perguntamos como e por que ele iria capitalizar a companhia a R$ 6,40 por ação."

Ontem, as seis empresas X registraram perdas somadas de R$ 788 milhões de valor de mercado. No ano, a baixa já chega a R$ 16,6 bilhões. Como a maior parte da fortuna do empresário está nas ações, Eike caiu mais 16 posições no ranking de bilionários da Bloomberg e ocupa agora o 220º lugar, com US$ 5,7 bilhões de patrimônio. Ele chegou a ser o oitavo homem mais rico do mundo.

Fonte: O Globo

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