BC facilita ingresso de dólares de exportadores

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O governo adotou ontem mais uma medida para facilitar a entrada de dólares no mercado brasileiro. O Banco Central (BC) divulgou circular permitindo que os empresários tomem empréstimos no exterior para fazer a liquidação antecipada de suas exportações sem qualquer limitação de prazo. Até agora, essas operações só podiam ser feitas se o pagamento dos empréstimos fosse feito em até cinco anos.

O dólar comercial fechou ontem em alta de 0,84%, cotado a R$ 2,269, o maior patamar desde 1º de abril de 2009 (R$ 2,28). Na máxima, a moeda foi negociada a R$ 2,273. Segundo técnicos da equipe econômica, a limitação de prazo aos exportadores foi imposta no ano passado, num momento em que havia grande fluxo de dólares para o mercado brasileiro, o que fortalecia o real e prejudicava a competitividade da indústria nacional. Agora, o cenário mudou e o dólar vem subindo fortemente. Por isso, o governo quer estimular o ingresso de moeda:

- Não há mais motivo para essa trava - disse um técnico.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou ontem que a alta do dólar é um movimento internacional que está afetando várias economias emergentes, inclusive o Brasil.

- Temos um movimento internacional de valorização do dólar, principalmente em relação às moedas dos países emergentes, e o Brasil está nesse mesmo barco - disse o ministro.

A saída de investidores estrangeiros do país, especialmente da Bolsa, e números mais positivos do mercado de trabalho americano contribuíram para a alta do dólar ontem. O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), fechou em queda de 0,41%, aos 45.044 pontos, quarta baixa seguida.

A agência de classificação de risco Standard & Poor"s (S&P), que colocou a nota dos títulos da dívida brasileira em perspectiva negativa no início de junho, avaliou ontem que o baixo ritmo de investimentos é a "maior decepção" do Brasil. Sebastián Briozzo, diretor responsável pelo rating do Brasil na S&P, disse ainda que as manifestações no país podem levar a uma maior pressão fiscal, a depender das "resposta do governo" aos protestos.

- Tem uma pressão social que pode levar a maior pressão fiscal. Isso pode elevar o grau de risco que destacamos - disse o diretor da S&P.

Fonte: O Globo

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