Eike deixa Conselho, e MPX aumenta capital privado em R$ 800 milhões

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O empresário Eike Batista renunciou ao Conselho de Administração da MPX - empresa de energia com negócios complementares em geração elétrica e exploração e produção de gás natural na América do Sul - que anunciou, em nota divulgada nesta quinta-feira (4), um aumento de capital privado de R$ 800 milhões para reforçar o caixa da companhia em meio a turbulências enfrentadas no mercado.

De acordo com a MPX, na operação, a empresa alemã E.ON - que detém 24,5% do capital da MPX e compartilha o controle da geradora térmica com o empresário - investirá até R$ 366 milhões, e o banco BTG Pactual, seu assessor financeiro, se comprometeu a dar o restante. Esse aumento de capital vai substituir a oferta pública de ações inicialmente prevista. A decisão foi tomada, de acordo com a empresa, diante da "deterioração das condições de mercado nas últimas semanas".

"A capitalização contribuirá para fortalecer a estrutura de capital da companhia, sustentando o desenvolvimento de seu plano de negócios", diz o comunicado. Jorgen Kildahl, membro do Conselho de Administração da E.ON e até então vice-presidente do conselho da MPX, foi indicado como presidente interino, no lugar de Eike Batista.

"A E.ON agradece a grande contribuição de Eike Batista na MPX, tornando-a uma das mais atrativas empresas de energia do Brasil, desde sua fundação em 2001. A partir de agora, a E.ON apoiará o contínuo desenvolvimento da MPX e a implementação do seu sólido portfólio de projetos, que desempenhará um papel-chave para a segurança energética do Brasil", afirmou Kildahl, em nota.

A empresa informou ainda que vai mudar de nome "para marcar a importância dessa nova fase". A sede da empresa será transferida para onde funcionam os escritórios da joint venture entre a MPX e E.ON.

A MPX disse ainda que a companhia se prepara para participar dos leilões de energia nova do governo federal. Segundo dados divulgados pela empresa, a MPX opera 1.780 MW em empreendimentos de geração de energia no país, com mais 1.114 MW em projetos em construção, além de 10.000 MW em portfólio.

Prejuízos
A MPX Energia é a segunda empresa com maiores prejuízos das empresas de capital aberto brasileiras. O resultado negativo passou de R$ 77 milhões no primeiro trimestre do ano passado para R$ 250 milhões no mesmo período deste ano, segundo levantamento da consultoria Economatica realizado no fim de maio.

No primeiro trimestre de 2013, a empresa mais que triplicou seu prejuízo, para R$ 250,9 milhões, ante perda de R$ 77 milhões no mesmo período do ano anterior, de acordo com dados divulgados pela companhia no final de maio.

Na ocasião, o resultado foi atribuído pela empresa, principalmente, pela compra de energia para "cumprir as obrigações contratuais de Pecém I e Itaqui". Os custos operacionais dispararam quase quatro vezes, para R$ 312,6 milhões, pesando sobre os resultados mesmo após a receita operacional líquida ter quase triplicado no período, somando R$ 196 milhões.

A empresa também foi prejudicada pelo resultado financeiro, que ficou negativo em R$ 77,8 milhões, ante R$ 6,2 milhões no primeiro trimestre de 2012.

Fonte: G1

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