17 de Maio de  2024


Brasil - Diversidade cultural

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A cultura brasileira é um grande conjunto de culturas, que sintetizam as diversas etnias que formam o povo brasileiro. Por essa razão, não existe uma cultura brasileira homogênea, e sim um mosaico de diferentes vertentes culturais que formam, juntas, a cultura do Brasil. É notório que, após mais de três séculos de colonização portuguesa, a cultura do Brasil seja, majoritariamente, de raiz lusitana. É justamente essa herança cultural lusa que compõe a unidade do Brasil: são diferentes etnias, porém, todos falam a mesma língua (o português) e, quase todos, são cristãos, com largo predomínio de católicos. Esta igualdade linguística e religiosa é um fato raro para um país imenso como o Brasil.

Embora seja um país de colonização portuguesa, outros grupos étnicos deixaram influências profundas na cultura nacional, destacando-se os povos indígenas, os africanos, os italianos e os alemães. As influências indígenas e africanas deixaram marcas no âmbito da música, da culinária, do folclore, do artesanato, dos caracteres emocionais e das festas populares do Brasil, assim como centenas de empréstimos à língua portuguesa.

É evidente que algumas regiões receberam maior contribuição desses povos: os estados do Norte têm forte influência das culturas indígenas, enquanto algumas regiões do Nordeste têm uma cultura bastante africanizada, sendo que, em outras, principalmente no sertão, há uma intensa e antiga mescla de caracteres lusitanos e indígenas, com menor participação africana.

No Sul do país as influências de imigrantes italianos e alemães são evidentes, seja na culinária, na música, nos hábitos e na aparência física das pessoas. Outras etnias, como os árabes, espanhóis, poloneses e japoneses contribuíram também para a cultura do Brasil.

A maior parte da população brasileira no século XIX era composta por negros e mestiços. Para povoar o território, suprir o fim da mão-de-obra escrava mas também para "branquear" a população e cultura brasileiras, foi incentivada a imigração da Europa para o Brasil durante os séculos XIX e XX. Dentre os diversos grupos de imigrantes que aportaram no Brasil, foram os italianos que chegaram em maior número, entre 1870 e 1950. Eles se espalharam desde o sul de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul, sendo a maior parte na região de São Paulo. A estes se seguiram os portugueses, com quase o mesmo número que os italianos. Destacaram-se também os alemães, que chegaram em um fluxo contínuo desde 1824. Esses se fixaram primariamente na Região Sul do Brasil, onde diversas regiões herdaram influências germânicas desses colonos.

Os imigrantes que se fixaram na zona rural do Brasil meridional, vivendo em pequenas propriedades familiares (sobretudo alemães e italianos), conseguiram manter seus costumes do país de origem, criando no Brasil uma cópia das terras que deixaram na Europa. Alguns povoados fundados por colonos europeus mantiveram a língua dos seus antepassados durante muito tempo. Em contrapartida, os imigrantes que se fixaram nas grandes fazendas e nos centros urbanos do Sudeste (portugueses, italianos, espanhóis e árabes), rapidamente se integraram na sociedade brasileira, perdendo muitos aspectos da herança cultural do país de origem. A contribuição asiática veio com a imigração japonesa, porém de forma mais limitada.

De maneira geral, as vagas de imigração européia e de outras regiões do mundo influenciaram todos os aspectos da cultura brasileira. Na culinária, por exemplo, foi notável a influência italiana, que transformou os pratos de massas e a pizza em comida popular em quase todo o Brasil. Também houve influência na língua portuguesa em certas regiões, especialmente no sul do território. Nas artes eruditas a influência européia imigrante foi fundamental, através da chegada de imigrantes capacitados em seus países de origem na pintura, arquitetura e outras artes.

O Brasil tem uma grande herança no campo das artes visuais. Na pintura, desde o barroco, se desenvolveu uma riquíssima tradição de decoração de igrejas que deixou exemplos na maior parte dos templos coloniais, com destaque para os localizados nos centros da Bahia, Pernambuco e sobretudo em Minas Gerais, onde a atuação de Mestre Ataíde foi um dos marcos deste período.

No século XIX, com a fundação da Escola de Belas Artes, criou-se um núcleo acadêmico de pintura que formaria gerações de notáveis artistas, que se encontram até hoje entre os melhores da história do Brasil, como Victor Meirelles, Pedro Alexandrino, Pedro Américo, Rodolfo Amoedo e legião de outros. Com o advento do Modernismo no início do século XX, o Brasil acompanhou o movimento internacional de renovação das artes plásticas e criadores como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Vicente do Rego Monteiro, Guignard, Di Cavalcanti e Portinari determinaram os novos rumos da pintura nacional, que até os dias de hoje continua se desenvolvendo e formando grandes mestres.


No campo da escultura, igualmente o barroco foi o momento fundador, deixando uma imensa produção de trabalhos de talha dourada nas igrejas e estatuária sacra, cujo coroamento é o ciclo de esculturas das Estações da Via Sacra e dos 12 profetas no Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, obra de Aleijadinho. Experimentando um período de retraimento na primeira metade do século XIX, a escultura nacional só voltaria a brilhar nas últimas décadas do século, em torno da Academia Imperial de Belas Artes e através da atuação de Rodolfo Bernardelli. Desde lá o gênero vem florescendo sem mais interrupções pela mão de mestres do quilate de Victor Brecheret, um dos precursores da arte moderna brasileira, e depois dele Alfredo Ceschiatti, Bruno Giorgi, Franz Weissmann, Frans Krajcberg, Amilcar de Castro e uma série de outros, que têm levado a produção brasileira aos fóruns internacionais da arte.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Cultura brasileira para o mundo ver

Fonte: O Globo

125 not-cultura capaAs artes brasileiras estão perto de dar um importante passo para sua penetração no mercado e no gosto europeus. A ministra Ana de Hollanda está na Bélgica, para participar de uma coletiva de imprensa que vai anunciar, hoje, a programação da 23 edição da Europalia, cujo tema será o Brasil. O evento bianual, realizado desde 1969 em Bruxelas e arredores, é o maior festival cultural multidisciplinar do mundo. Sua proposta é reunir as atividades artísticas de um país, de maneira a apresentar sua diversidade ao público.


O Brasil deve enviar para a Bélgica 17 exposições, 45 cantores ou bandas, nove grupos teatrais e 11 de dança, além de filmes e palestrantes. O investimento nacional será de cerca de R$ 28,2 milhões, sendo que metade deve vir da União e metade via Lei Roaunet. Já os belgas devem separar de 8 milhões a 10 milhões para o evento. A preparação brasileira começou em 2009 e sofreu dois reveses: a mudança da curadoria geral no início deste ano, quando o crítico de arte Paulo Herkenhoff deu lugar ao artista plástico Adriano de Aquino, e a contenção de despesas por que passa o governo Dilma.

- Houve gente sugerindo fazermos uma Europalia menor. Mas fomos contra - explica Marcelo O. Dantas, diretor de relações internacionais do Ministério da Cultura e diretor-executivo brasileiro da Europalia. - Cortamos gordura, mas não podíamos fazer um evento diferente do realizado nos últimos anos por Rússia e China. Precisamos representar o país bem e fugir dos clichês que existem sobre o Brasil. Os ministros Ana de Hollanda e Antônio Patriota (das Relações Exteriores) se reuniram com a presidenta Dilma e ouviram dela a garantia de que o festival terá a verba necessária.

O início da Europalia 2011 está marcado para 4 de outubro, com a abertura da exposição "Aquarelas do Brasil", que vai reunir as artes brasileiras do século XIX até o modernismo. Ela será uma das principais ações do festival, ao lado de "Arte no Brasil", com obras contemporâneas; "Índios no Brasil", com peças de tradição indígena; e "Terra Brasilis", avaliando o olhar europeu sobre o país.

Entre os artistas confirmados estão Céu, a Velha Guarda da Portela, o grupo Cidadão Instigado, a peça "A gaivota", dirigida por Enrique Díaz, o Grupo Corpo e autores como João Ubaldo Ribeiro, Milton Hatoum e Bernardo Carvalho.

 

 

 

12ª Quadrienal de Praga

 Fonte: Funarte

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O Brasil recebeu, no dia 20 de junho, em Praga, a Triga de Ouro, da Quadrienal de Praga. O Brasil participa de quatro mostras do evento que acontece até o próximo dia 26 na capital Tcheca. A Triga de Ouro é concedida ao país, pelo conjunto de sua participação. Esta é a segunda vez que o Brasil é premiado como a melhor representação. A primeira vez foi em 1995.

Além da Triga de Ouro, a peça BR-3 de Antonio Araújo, do Grupo Teatro de Vertigem foi considerada a melhor produção teatral do mundo inteiro dos últimos cinco anos, pela inovação de usar o espaço da cidade como espaço cênico.

A 12ª Quadrienal de Praga está reunindo, entre 16 e 26 de junho, obras de cenógrafos, figurinistas, designers, arquitetos e artistas visuais de mais de 60 países. O Brasil participa das quatro principais mostras desta edição,com recursos da Fundação Nacional de Artes (Funarte).

O presidente da Funarte, Antonio Grassi, foi designado em abril de 2010 curador-geral da representação brasileira em Praga pela Organização Internacional de Cenógrafos, Técnicos e Arquitetos de Teatro no Brasil (ABrIC/OISTATBr), responsável pela curadoria adjunta. Segundo ele, desde 1967, a Quadrienal vem pautando algumas das mais importantes discussões relativas ao espaço cênico. “Este ano os debates são ampliados à luz das novas tecnologias digitais e das relações cada vez mais estreitas entre as diversas linguagens artísticas”, afirma Grassi.

A nova edição da Quadrienal propõe aos participantes refletir sobre os questionamentos impostos pela contemporaneidade. O que é o espaço cênico? Um local propositalmente construído para a encenação? Um mundo virtual? Ou qualquer lugar usado criativamente para a performance? As exposições exploram a ideia da cenografia como arte provocadora e autônoma, que se estabelece na fronteira entre múltiplas linguagens. Não à toa, a curadoria internacional decidiu trocar a nomenclatura do evento de “Exposição Internacional de Cenografia e Arquitetura Teatral” para “Espaço e Design Cênico”.

Inspirado por essa discussão, o Brasil leva mais de 50 trabalhos a Praga, envolvendo cerca de 300 artistas de vários estados brasileiros. Da Mostra Nacional, sob o tema Território Cenográfico Brasileiro, participam projetos cenográficos de diferentes produções artísticas que circularam pelo país nos últimos anos. Na Mostra de Arquitetura, o Brasil apresenta o projeto do Teatro Estádio Universidade Popular, concebido a partir de uma ideia de José Celso Martinez Corrêa para ampliar a atuação do Teatro Oficina no bairro do Bixiga, em São Paulo. As fotos, plantas, vídeos e cadernos em exposição mostram que cada detalhe do trabalho foi pensado para facilitar o diálogo entre a ação dramática, os elementos cênicos e o espaço urbano.

A exposição Figurinos Radicais, realizada pela primeira vez na Quadrienal, apresenta quatro trabalhos nacionais criados para performances e espetáculos de dança. Cada país pôde enviar até cinco trajes para concorrer às trinta vagas da exposição. O Brasil é o país com maior participação na Mostra. Por fim, os 30 trabalhos brasileiros que participam da Mostra das Escolas foram desenvolvidos de acordo com a temática Fronteiras de Linguagem e Espaço Cênico. Doze instituições de ensino brasileiras participaram do processo seletivo e produziram, ao todo, 50 trabalhos sobre o tema proposto.

Além dessas, o evento promove muitas outras mostras. Interseção: Intimidade & Espetáculos, por exemplo, reúne ambientes cenográficos interativos, criados por trinta artistas de renome internacional, ao ar livre, no centro de Praga. Há também uma programação paralela de oficinas, debates, leituras e performances, promovendo o intercâmbio entre milhares de profissionais, estudantes e espectadores das artes de todo o mundo. Mais de 40 mil visitantes são esperados este ano no evento, que ocupará galerias, igrejas, teatros e espaços públicos de Praga.

Histórico

A Quadrienal de Praga foi criada em 1967 para fomentar e difundir trabalhos de arquitetos, cenógrafos, figurinistas, iluminadores, sonoplastas, designers e artistas visuais que se dediquem ao espetáculo contemporâneo. O evento se estabeleceu como o maior e mais importante da área, reunindo na capital da República Tcheca milhares de profissionais, estudantes e espectadores de várias partes do mundo. A ideia da Quadrienal surgiu nos bastidores da Bienal de São Paulo, depois do sucesso que a representação da então Tchecoslováquia conquistou no evento brasileiro. A ex-Tchecoslováquia emergiu então como um lugar para troca de conhecimentos e experiências relacionadas às artes da cenografia e indumentária.

 

 

 

Toque de modernidade molda restauração do Paço Municipal de Manaus

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A delicadeza do trabalho nas pequenas esculturas de papel maché que vão forrar o teto do salão principal do Paço Municipal de Manaus, que está sendo restaurado, recebe uma intervenção da modernidade para acelerar a obra: as formas de silicone. Feitas originalmente uma a uma, manualmente ou em antigas formas de metais no início do século passado, as andorinhas em perfeita imitação do original saem às dúzias das formas cor-de-rosa.

"Sem isso, o trabalho demoraria bem mais já que há muitos desenhos incompletos, obrigando-nos a fazer verdadeiros quebra-cabeças para encontrar a estética inteira. Além da celeridade, as formas de silicone ajudam a deixar o desenho muito próximo ao original", revela a restauradora mineira Juliana Fabrino, em Manaus há um mês para a restauração das obras de arte em papel maché do Paço e do brasão do Mercado Municipal de Manaus, também em obras na capital.

Segundo Fabrino, as esculturas em formatos diversos que ornamentam o alto-relevo de 102 metros quadrados do forro de uma das doze salas do Paço revelaram uma curiosidade. "Elas são feitas em papel maché e colé, ou seja, várias folhas coladas umas às outras", explica. As folhas, bastante oxidadas, ainda permitem ver algumas palavras de jornais alemães.

História

O Paço, inaugurado em 1905, foi a sede da prefeitura de Manaus até 1996, quando abrigou uma secretaria até 2006. Nesse ano, foi iniciada uma reforma no prédio, embargada por três anos pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan) por conta de as escavações na frente do Paço terem revelado a existência de urnas funerárias indígenas.

A obra foi retomada no inicio desse ano pela Prefeitura, depois do rompimento do convênio com o projeto Monumenta, do governo federal. A obra de restauro será paga, segundo a assessoria da Secretaria Municipal de Infraestrutura, com recursos próprios da prefeitura e está estimada em R$ 3,7 milhões.

Cores

De acordo com a arquiteta responsável pelo restauro, Ana Vivien Lopez Bautista, sete camadas de tintas diferentes foram retiradas pelos restauradores para encontrar a cor original do Paço. "É um bege claro por fora e há salas das mais diversas cores, como rosa, azul e amarelo, também encontradas depois de retiradas as camadas antigas", relata.

Ana Vivien conta que, além do Paço, está sendo restaurado o coreto em ferro na praça em frente, coberto por tapumes gigantes. O complexo do Paço também inclui a reforma e restauração de três casarões também do início do século passado, localizados nos fundos da antiga sede da prefeitura manauara. (Fonte Estadão)

Um deles, quase colado ao Paço, era a residência do presidente (governador) à época da construção do prédio principal, Constantino Nery (governou o Amazonas de 1904 a 1908), que hoje dá nome a uma das principais avenidas de Manaus. (Fonte: Estadão)

 

 

 

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