Negociações na OMC devem ser pensadas a partir do possível, diz Azevêdo
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- 17/05/13
Para o embaixador Roberto Azevêdo, eleito diretor-geral da OMC (Organização Mundial do Comércio), as negociações multilaterais devem ser feitas de forma pragmática a partir de agora.
"Precisamos pensar a Rodada Doha a partir de uma orientação do que é possível e não desejável", afirmou nesta sexta-feira (17) em coletiva de imprensa em Brasília.
Segundo ele, seu antecessor, o francês Pascal Lamy, fez o que era "possível", mas a abordagem adotada por ele para que as negociações avançassem se mostrou "inútil".
"Estávamos no limiar da Rodada Doha, quando surgiu o impasse por conta da crise, que eclodiu logo em seguida. O cenário ficou muito mais difícil e não conseguimos mudar a maneira de abordar os temas. Continuamos durante todo o período de Lamy tentando ajustar o que estava sobre a mesa. E isso se provou inútil. Minha ideia é evitar essa situação", disse.
Está é a primeira visita de Azevêdo ao Brasil depois da confirmação de sua eleição, que aconteceu na semana passada. Ele fará visitas a autoridades brasileiras e cumprirá obrigações administrativas no Itamaraty.
Azevêdo deve se encontrar com a presidente Dilma Rousseff na semana que vem.
O embaixador voltou a falar do exíguo tempo entre sua posse, em setembro, e a Conferência Ministerial de Bali, em dezembro, quando os países-membros da OMC se reunirão na tentativa de avançar em alguns das propostas debatidas na Rodada Doha.
Segundo ele, o fracasso do encontro fará com que a situação de descrédito do organismo multilateral se acentue.
"A situação fica pior e haverá um custo para o sistema, sobretudo porque todo o arcabouço que se montou para Bali era justamente se negociar dentro de uma premissa de que não colocaríamos sobre a mesa nenhum assunto que fosse impossível", disse.
Ele afirmou que o momento é difícil e que as negociações prévias ao encontro não estão avançando da forma esperada. Mas garantiu que ainda não desistiu da conferência.
"Ainda estamos num momento muito delicado, com certo pessimismo em Genebra. Vai ser muito complexo esse exercício. Trazer as pessoas para a mesa não é difícil. Difícil é trazê-las com espírito construtivo de abandonar as convicções que já estão enrijecidas e olhar com a mente aberta. É preciso estar preparado para visões mais inovadoras", disse.
Azevêdo afirmou que, como diretor-geral, irá trabalhar para reduzir o protecionismo no mundo. Observou, porém, que é possível que o mundo esteja caminhando para o declínio das políticas de proteção comercial dos países, intensificadas com a crise financeira mundial em 2008.
"Cerca de 20% das medidas de proteção adotadas pelos países durante a crise, já foram retiradas. Mas ainda há 80% das medidas, então não é suficiente. O diretor-geral tem de agir para que essa retirada se acelere", afirmou.
ELEIÇÃO
O brasileiro assumirá oficialmente o cargo em setembro, em substituição ao francês Pascal Lamy, que esteve no comando da OMC por oito anos. Ele será o primeiro latino-americano a ocupar o posto de diretor-geral da organização.
Azevêdo é representante do Brasil na instituição desde 2008. Ele disputou o cargo com outros nove candidatos. Foram três rodadas sucessivas, onde candidatos foram sendo dispensados. A escolha do diretor-geral da OMC é feita por "consenso". Ou seja, todos os membros devem apoiar ou ao menos não se opor a eleição do candidato para que ele seja de fato escolhido.
O brasileiro terá como principal desafio retomar as negociações da Rodada de Doha para liberalizar o comércio mundial e ajudar o desenvolvimento das nações mais pobres.
Fonte: Folha de São Paulo
Balança do agronegócio tem superávit de US$ 8,21 bilhões em abril
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- 16/05/13
A balança comercial do agronegócio teve superávit de US$ 8,21 bilhões em abril, informou ontem (15) o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O saldo positivo é resultado de exportações de US$ 9,65 bilhões e importações de US$ 1,44 bilhão.
As vendas externas registraram crescimento de 37,3% na comparação com o mesmo período do ano passado, enquanto as compras brasileiras no exterior tiveram elevação de 12,2%.
Nos últimos 12 meses, a balança agrícola acumula superávit de US$ 83,07 bilhões, com exportações de US$ 99,5 bilhões e importações US$ 16,52 bilhões. Segundo o Mapa, as exportações são recordes.
Os principais responsáveis pelo superávit de abril foram o complexo soja (farelo, grão e óleo), o açúcar e o álcool. As exportações do grupo soja somaram US$ 4,53 bilhões, superando em 56% os US$ 2,90 bilhões atingidos em abril de 2012. O principal país de destino foi a China, que concentrou 67% desses negócios.
As vendas externas do complexo sucroalcooleiro subiram 142,3% para o açúcar, atingindo US$ 775 milhões, e 51,4% para o álcool, atingindo US$ 72 milhões.
As vendas de carnes subiram 15,4% em função da carne bovina e de frango, já que as exportações de carne suína e de peru recuaram, respectivamente, 20,9% e 6,9% no período. Também caíram as vendas externas de algodão (-35,3%), pescados (-33,4%), lácteos (-15,7%) e animais vivos.
Fonte: Agência Brasil
Governo estuda criar cartão para mutuários do Minha Casa, Minha Vida adquirirem eletrodomésticos
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- 16/05/13
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, confirmou hoje que o governo estuda a criação de um cartão para que os mutuários do Programa Minha Casa, Minha Vida possam adquirir eletrodomésticos básicos, como fogão e geladeira. "Nós ainda estamos definindo como vão funcionar as modalidades [crédito]", disse o ministro. Mantega não deu mais detalhes das medidas.
A proposta está sendo discutida neste momento pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior, que se reuniram antes com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Também está prevista a presença do ministro das Cidades, Agnaldo Ribeiro.
O ministro da Fazenda não quis antecipar se haverá recursos do Tesouro Nacional nas operações, para compensar a diferença entre as taxas de mercado e as que serão cobradas dos beneficiários.
Fonte: Agência Brasil