Argélia busca parcerias industriais
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- 26/07/13
O governo da Argélia lançou este mês um programa de parcerias que tem por objetivo atrair investimentos privados nacionais e internacionais para a indústria local. A Chamada para projetos industriais 2013 contempla 18 atividades consideradas importantes para o aumento e diversificação da produção argelina e para a criação de empregos.
De acordo com o primeiro conselheiro da embaixada argelina em Brasília, Abdelhamid Rahmani, o país teve uma base industrial forte a partir dos anos 60, após a guerra de independência da França, mas muitas fábricas foram destruídas nos anos 90, quando a Argélia viveu um conflito civil, e várias outras foram privatizadas ao longo da década passada. "Agora a Argélia quer relançar seu setor industrial", afirmou. Nesse sentido, o governo oferece uma série de incentivos para empresas que queiram implementar projetos no país, como benefícios fiscais, financiamentos, redução de encargos trabalhistas, concessão de terrenos, apoio às exportações e outras formas de facilitação de empreendimentos.
Os subsídios variam de acordo com o seguimento, características do projeto e região escolhida. Por exemplo, os argelinos têm interesse em desenvolver determinadas regiões e optar por uma delas pode resultar em mais desonerações ou facilidades. Da mesma forma, pequenas empresas podem obter mais benefícios.
Só uma das fontes de financiamento do programa, o Fundo Nacional de Investimentos, tem 150 bilhões de dinares argelinos, o que equivale a US$ 1,864 bilhão, ou mais de R$ 4 bilhões. Outro, a ser dividido entre diferentes províncias, tem mais 48 bilhões de dinares (US$ 596 milhões, ou R$ 1,332 bilhão).
Como grande exportadora de petróleo e gás, a Argélia dispõe de recursos em moeda forte para financiar empreendimentos, além de matéria-prima abundante para o setor petroquímico. O gás é também fonte de energia barata e o país tem outros recursos naturais, como os fosfatos e outros minerais utilizados nas indústrias química e de fertilizantes.
Os argelinos gozam ainda da proximidade de mercados fornecedores e consumidores, como a Europa, África e Oriente Médio. De acordo com Rahmani, já foram firmados vários acordos de parcerias com empresas norte-americanas, europeias e árabes.
Pelo programa, a empresa privada cria uma joint-venture com uma estatal argelina. Para tanto, o projeto precisa ser aprovado. É possível apresentar propostas até 31 de dezembro por meio de um formulário. A iniciativa é do Ministério da Indústria, Pequena e Média Empresa e Promoção do Investimento (Mipmepi).
As indústrias escolhidas para o programa são a têxtil e de confecções, couros e derivados, madeira e móveis, siderúrgica e metalúrgica, de tubulações e material de construção (exceto cimento), cabos e outros materiais elétricos, eletrônicos e eletrodomésticos, farmacêutica, cosmética e de higiene pessoal, química e petroquímica, aeronáutica, mecânica e automotiva, informática e telecomunicações, tecnologias avançadas, construção naval, agroindústria, material de transporte, produtos para cidades sustentáveis (reciclagem, tratamento de detritos, etc.), e tratamento de água e dessalinização de água do mar.
Fonte: Adunaneiras