Bolsas europeias assumem tom moderadamente negativo com preocupação comercial

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As bolsas europeias operam em tom moderadamente negativo desde a abertura, reagindo aos últimos desdobramentos da crescente disputa comercial entre EUA e China. Contribui para o mau humor na região os últimos números da atividade industrial da Alemanha, que frustraram as expectativas.

Ontem à noite, depois que os mercados acionários de Nova York haviam encerrado mais um pregão de ganhos, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que está considerando impor tarifas a mais US$ 100 bilhões em produtos chineses, em resposta à iniciativa retaliatória de Pequim no meio da semana.

Na terça-feira (03), a Casa Branca já havia anunciado planos de taxar US$ 50 bilhões em produtos da China. No dia seguinte, Pequim revelou a intenção de tarifar 106 produtos americanos, também no montante de US$ 50 bilhões, incluindo bens estratégicos para a pauta de exportação dos EUA, como soja, carros, aviões e produtos químicos.

Nesta madrugada, o governo chinês avisou que "não hesitará em pagar qualquer preço" para defender seus interesses se os EUA adotarem novas medidas comerciais contra a China.

Segundo analistas, a última cartada de Trump deixa EUA e China mais próximos de uma "guerra comercial", mas há quem pondere que a atitude do presidente americano pode ser apenas parte de sua tática de negociação

Em entrevista à emissora CNBC, Benoît Coeuré, integrante do conselho executivo do Banco Central Europeu (BCE), previu que uma eventual guerra comercial teria consequências "danosas" para o mundo inteiro, incluindo os EUA.

Na Alemanha, maior economia europeia, dados oficiais mostraram hoje que sua produção industrial sofreu uma significativa queda de 1,6% em fevereiro ante janeiro, contrariando analistas consultados pelo The Wall Street Journal, que previam avanço de 0,3%.

Nas próximas horas, investidores na Europa ficarão atentos ao último relatório de emprego dos EUA, que será divulgado às 9h30 (de Brasília), e a um discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, a partir das 14h30. O relatório, conhecido como "payroll", tem forte influência nas decisões de política monetária do Fed. Além disso, o presidente do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), Mark Carney, faz pronunciamento às 12h15, em Amsterdã.

Às 7h16 (de Brasília), a Bolsa de Londres caía 0,18%, a de Paris recuava 0,45% e a de Frankfurt tinha baixa de 0,48%. Já Madri, Milão e Lisboa registravam perdas de 0,42%, 0,08% e 0,78%, respectivamente. No mercado de câmbio, o euro se fortalecia marginalmente, a US$ 1,2243, e a libra também subia levemente, cotada a US$ 1,4018.

Fonte: Dow Jones Newswires

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