País muda voto no FMI
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- 02/08/13
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, desautorizou ontem o representante do Brasil no Fundo Monetário Internacional (FMI), Paulo Nogueira Batista, que, na segunda-feira, se absteve de votar na reunião do fundo que aprovou a liberação de um crédito de US$ 1,7 bilhão para a Grécia.
Mantega disse que telefonou para a diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, para esclarecer a posição do governo. "(Eu) disse que somos a favor que se libere, sim, o recurso para a Grécia. É uma tranche dentro do programa de socorro e teremos que retificar esse voto. De qualquer forma, ele não impediu que houvesse a aprovação", explicou.
Na quarta-feira, Batista explicou que sua decisão tinha como objetivo evitar que o FMI se expusesse a um calote da Grécia. "Faço as declarações como membro da diretoria do FMI, que tem, entre outras obrigações, a de zelar pela integridade da instituição", disse ele ao Correio. O economista representa o Brasil e mais 10 países na diretoria executiva do fundo, que tem 24 integrantes. Mantega afirmou que Batista continua no cargo, mas disse que o convocou para uma reunião, na próxima semana, em Brasília, para prestar esclarecimentos. "Ele não precisa me consultar em todas as votações. Tem que me consultar quando há uma questão polêmica. Neste caso, faltou comunicação, e ele achou que esse seria o posicionamento correto", observou o ministro. "É importante que a Grécia se recupere. É claro que nós podemos melhorar o programa (para o país), mas isso não justifica suspender os pagamentos", completou.
O ministro disse que não discutiu com Lagarde a carta que enviou a ela contestando o cálculo da dívida bruta brasileira. Segundo o Fundo, o endividamento chega a 68% do Produto Interno Bruto (FMI), nove pontos percentuais acima da conta do governo. "A verdade é que eu esqueci de comentar com a Lagarde sobre a nossa carta", afirmou.
Fonte: Correio Braziliense