Acordo comercial entre EUA e China é 'muito difícil' de ser fechado, diz Trump

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sinalizou nesta quarta-feira (23) uma nova direção nas negociações comerciais entre os EUA e a China, dizendo que o caminho atual parece "muito difícil" de ser concluído e que qualquer possível acordo precisa de "uma estrutura diferente". Em uma publicação no início da manhã no Twitter, Trump citou dificuldades como verificação, mas não deu outros detalhes sobre o que ele ou seu governo estão buscando com as negociações em andamento.

Representantes da Casa Branca não responderam imediatamente a um pedido de mais detalhes sobre a declaração do presidente.

"Nosso acordo comercial com a China está indo bem, mas no final provavelmente teremos que usar uma estrutura diferente, pois isso será muito difícil de ser feito e verificar os resultados após a conclusão", escreveu Trump.

A declaração de Trump surge em meio às negociações entre as duas maiores economias do mundo, depois que a imposição de tarifas por ambos os lados aumentou o temor de uma guerra comercial, mesmo com algumas tensões diminuindo diante de sinais de progresso.

Na terça-feira, Trump disse a repórteres que não estava satisfeito com as recentes negociações comerciais entre os dois países, mas que "eram um começo".

No domingo (20), os EUA e a China suspenderam temporariamente as tarifas sobre importações entre os países, informou o secretário americano do Tesouro, Steven Mnuchin, após as duas potências anunciarem no sábado acordo para reduzir o déficit comercial entre elas, por meio do qual a China se comprometeu a aumentar "consideralmente" a compra de produtos americanos.

"Estamos colocando a guerra comercial em modo de espera. Agora mesmo, concordamos em aguardar antes de impor tarifas enquanto tentamos produzir uma estrutura", disse Mnuchin em entrevista ao "Fox News Sunday".

O vice-presidente chinês, Liu He, havia dito anteriormente que "as duas partes chegaram a um consenso de não se envolver em uma guerra comercial e aumentar os respectivos direitos de alfândega", segundo a agência de notícias oficial Xinhua.

Steven Mnuchin assinalou, no entanto, que se a China não cumprir os compromissos, o presidente dos Estados Unidos "sempre pode decidir voltar a impor" as tarifas.

Washington e Pequim anunciaram no sábado (19) que chegaram a um consenso para reduzir drasticamente o déficit comercial americano. Para conseguir isso, o gigante asiático se comprometeu a aumentar "consideravelmente" suas compras de produtos americanos, como commodities agrícolas e de energia .

O anúncio, feito após intensas negociações nesta semana, fecha um mês de tensões entre as duas potências. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chegou a dizer que a relação comercial desequilibrada constitui um perigo para o seu país.

Guerra de tarifas

As exportações chinesas de aço para os Estados Unidos eram taxadas em 25% e as de alumínio em 10% desde março. Essa taxação a princípio foi anunciada para todo o aço e alumínio que entrasse no país, mas alguns exportadores como Brasil, Austrália, Argentina, Coreia do Sul, União Europeia, México e Canadá conseguiram insenção temporária das taxas. No caso do Brasil, assim como da Argentina e da Austrária, um acordo inicial com o governo americano já foi firmado, mas os detalhes não foram divulgados. O prazo para finalização é 1º de junho.

Além disso, o governo americano ameaçou adotar impostos sobre US$ 50 bilhões em bens importados da China, que vão desde itens médicos a produtos de tecnologia industrial e transporte. Um período de consulta inicialmente expiraria na terça-feira (22) e a implementação da medida seria imediata, segundo a agência AFP. Tarifas sobre outros US$ 100 milhões em produtos também estavam sob análise.

A China devolveu as represálias tarifando produtos agrícolas americanos como a soja, extremamente dependente do mercado chinês e que é produzida em estados favoráveis ao presidente republicano. A carne de porco dos Estados Unidos e os automóveis fabricados no país também estavam na mira da tarifas chinesas, que anunciaram que reforçariam as inspeções desses produtos.

Fonte:  G1

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