OCDE diz que guerra comercial ameaça economia global; piora projeção para o Brasil em 2018
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- 30/05/18
A perspectiva de uma guerra comercial está ameaçando o crescimento global, mas se isso não se concretizar o mundo caminha para uma mínima de 40 anos no desemprego, afirmou a OCDE nesta quarta-feira. O crescimento global deve atingir 3,8 por cento este ano e alcançar 3,9 por cento em 2019, projetou a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em seu relatório Cenário Econômico.
Em março, a OCDE havia estimado expansão de 3,9 por cento para ambos os anos, mas reduziu sua conta para 2018 devido a um início fraco de ano por causa de fatores temporários como o clima ruim.
A OCDE explicou que o alívio orçamentário tirou o lugar do estímulo de bancos centrais como o principal motor do crescimento global.
Diante disso, a taxa de desemprego geral da OCDE deve cair agora para 5 por cento até o final de 2019, atingindo o menor nível desde 1980 e abrindo caminho para um crescimento nos salários dos trabalhadores.
"Apesar de todas essas boas notícias, são grandes os riscos para o cenário global. Quais são esses riscos? Antes de tudo, uma escalada das tensões comerciais deve ser evitada", escreveu o economista-chefe interino da OCDE Álvaro Pereira na introdução do relatório.
O alerta se dá no momento em que os governos europeus se preparam para o fim das isenções temporárias sobre as novas tarifas dos EUA sobre aço e alumínio em 1 de junho.
Com os cortes tributários ampliando os investimentos nos EUA, a maior economia do mundo deve crescer 2,9 por cento neste ano e 2,8 por cento no próximo.
A estimativa para a zona do euro é de crescimento de 2,2 por cento e 2,1 por cento respectivamente com o mercado de trabalho e os salários se recuperando.
Fora da OCDE, o crescimento da China foi estimado em 6,7 por cento em 2018 e 6,4 por cento em 2018 com o investimento em infraestrutura desacelerando diante de condições de empréstimo mais apertadas.
Para o Brasil, a entidade projeta uma expansão de 2 por cento em 2018, reduzindo a perspectiva de março de 2,2 por cento, Por outro lado, a estimativa para o ano que vem melhorou a 2,8 por cento, de 2,4 por cento anteriormente.
Fonte: Reuters