China e UE concordam com combater ao protecionismo, mas europeus repetem reclamações

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Autoridades chinesas e da União Europeia concordaram em se opor ao unilateralismo e ao protecionismo comercial durante conversas em Pequim sobre um acordo bilateral de investimentos, dando um golpe na campanha de tarifas punitivas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Mas um alto funcionário da UE deixou claro que a Europa não está totalmente na mesma página que a China, conclamando Pequim a fazer mais para tornar o acesso ao mercado mais justo e reduzir o excesso de capacidade no setor siderúrgico e outros setores, incluindo alta tecnologia.

O vice-primeiro-ministro Liu He disse que a China e a UE têm interesse comum no multilateralismo do comércio global.

"Ambos os lados acreditam que devemos nos opor resolutamente ao unilateralismo e ao protecionismo comercial e evitar que esse tipo de comportamento cause volatilidade e recessão na economia global", disse Lieu a jornalistas após as negociações.

Os dois lados esperam trocar listas de propostas para o acordo bilateral de investimentos em uma cúpula China-UE em Pequim no próximo mês, segundo Liu.

O vice-presidente da Comissão Européia, Jyrki Katainen, disse, porém, que as áreas de desacordo também precisam ser abordadas se China e UE quiserem desenvolver suas relações econômicas, comerciais e de investimento.

"É essencial que trabalhemos juntos para lidar com o excesso de capacidade em setores como aço e alumínio", disse Katainen, identificando especificamente as indústrias que Trump inicialmente mirou quando entrou numa guerra tarifária em março.

Ele também pediu que a China evite o excesso de capacidade em outras indústrias, incluindo os setores de alta tecnologia cobertos pela estratégia "Made in China 2025".

No mês passado, os legisladores europeus aprovaram uma proposta de longo alcance para um exame mais rigoroso dos investimentos estrangeiros, em parte como resposta a uma enxurrada de aquisições chinesas de empresas européias.

Liu mostrou esperança de que a UE tome medidas concretas para reduzir restrições às exportações europeias para a China.

No mês passado, os legisladores europeus aprovaram uma proposta de longo alcance para um exame mais rigoroso dos investimentos estrangeiros, em parte como resposta a uma enxurrada de aquisições chinesas de empresas europeias.

Nesta semana, espera-se que Trump revele novas medidas para conter as empresas chinesas que compram participações em empresas norte-americanas, noutra guinada de crescente conflito comercial entre as duas maiores economias do mundo.

O Departamento do Tesouro dos EUA está redigindo restrições que impediriam empresas com pelo menos 25 por cento de propriedade chinesa de comprarem empresas dos EUA com "tecnologia industrialmente significativa", disse um funcionário do governo informado sobre o assunto no domingo.

Washington acusa a China se apropriar indevidamente de tecnologia dos EUA por meio de joint ventures e já anunciou tarifas de 34 bilhões de dólares a mercadorias chinesas, a primeiro de um total de até 450 bilhões de dólares. As novas tarifas devem entrar em vigor em 6 de julho.

Fonte: Reuters

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