UE deve se preparar para piores cenários possíveis no comércio, diz Tusk
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- 03/07/18
O presidente do Conselho Europeu (braço Executivo da União Europeia), Donald Tusk, afirmou nesta terça-feira que, em sua visão, a UE tem de se preparar para "situações de pior cenário possível" no comércio, no atual "contexto de deterioração geopolítica". "Conseguimos fazer progresso (na cúpula em Bruxelas na semana passada), mas não há como esconder que a estrada diante de nós ainda é longa e, decerto, não é fácil", comentou o polonês em discurso no Parlamento Europeu.
Tusk apontou que, em meio a "tensões comerciais crescentes", os chefes de Estado e de governo europeus sublinharam na reunião nos dias 28 e 29 de junho a importância de se preservar e aprofundar o sistema multilateral baseado em regras.
"A Comissão (Europeia) foi convidada a propor uma abordagem abrangente para aprimorar, junto com parceiros de mentalidades afins, o funcionamento da OMC (Organização Mundial do Comércio) em áreas cruciais", revelou, acrescentando ser evidente que a Comissão tem o "apoio completo" do Conselho Europeu "na disputa comercial" com os Estados Unidos.
O polonês também abordou a saída do Reino Unido da União Europeia, apontando que os líderes dos demais 27 Estados-membros têm "uma preocupação" em comum. "Quanto mais cedo obtivermos uma proposta precisa do Reino Unido para a fronteira irlandesa, melhores são as chances de finalizar as negociações do Brexit neste ano", declarou, em referência ao impasse sobre a possibilidade de se erguer uma fronteira "dura", ou seja, com postos de controle alfandegário e de trânsito de pessoas, entre a República da Irlanda, que integra a UE, e a Irlanda do Norte.
"Não podemos fazer progressos a não ser que o Reino Unido apresente uma sólida solução emergencial, aceita por nossos amigos irlandeses (que impeça a fronteira 'dura')", reiterou Tusk. "Esperamos muito que (o Livro Branco, relatório com detalhes da proposta britânica para as relações com a UE após o Brexit) traga a clareza, o realismo e o ímpeto necessários a essas negociações", encerrou.
Fonte: Estadão