Clima econômico piora na América Latina: Brasil e Chile têm maiores quedas
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- 15/08/13
Um levantamento feito pela FGV (Fundação Getulio Vargas), divulgado ontem (14), mostrou que o clima econômico na América Latina piorou entre abril e julho deste ano.
O ICE (Indicador de Clima Econômico) — feito em parceria entre o Instituto alemão Ifo e FGV tendo como fonte de dados a Ifo WES (Sigla em inglês para Pesquisa Econômica Mundial) — recuou de 5,2 para 4,4 pontos no período, o menor nível desde julho de 2012.
Segundo a FGV, a piora ocorreu devido a uma deterioração tanto no IE (Indicador de Expectativas), como no ISA (Indicador da Situação Atual). Ambos ficaram abaixo da média histórica dos últimos dez anos, sinalizando a entrada da região em uma fase desfavorável do ciclo econômico. Sete países analisados pela Sondagem da América Latina registraram clima econômico favorável. No entanto, apenas dois apresentaram melhora no indicador entre as pesquisas de abril e julho — Colômbia e Uruguai — e, um se manteve estável, a Bolívia.
Todos os outros tiveram queda do ICE. Entre os que apresentaram ICE desfavorável, Argentina e Venezuela já estavam nessa situação em abril. Chama atenção a piora nas condições do Brasil e do Chile que passaram de uma zona favorável para desfavorável. No caso do Chile, o ICE recuou de 6,4 para 4,4 pontos e no Brasil, de 5,6 para 3,8 pontos.
A avaliação da situação atual permaneceu favorável em oito países, mas apenas no Uruguai o indicador subiu. Argentina, Brasil e Venezuela continuaram na zona de avaliação desfavorável.
O Indicador Ifo/FGV de Expectativas foi favorável em quatro países — Bolívia, México, Paraguai e Colômbia —, mas só melhorou nesse último. Todos os outros países ficaram ou passaram para a região de expectativas desfavoráveis. Nesse último caso estão Brasil e o Peru. Ademais, mesmo os que já estavam com expectativas desfavoráveis em abril, registraram piora no indicador.
A Sondagem da América Latina de julho mostrou piores condições econômicas da região. As previsões de desaceleração do crescimento chinês e seus efeitos nos preços de commodities possuem forte impacto em vários países latinos com forte dependência das exportações desses produtos, como é o caso do Chile e do Peru.
As previsões tendem a ser mais pessimistas quanto aos preços dos metais que são os principais produtos de exportação desses países. Logo, não é surpresa que a piora do clima econômico na Ásia e, em especial na China, tenha sido acompanhado por comportamento similar na América Latina.
O ICE (Indicador Ifo de Clima Econômico) para o mundo sofreu pequena queda, de 5,4 para 5,2 pontos, mas continua na zona de avaliação favorável. Houve, no entanto, considerável heterogeneidade entre os resultados das principais regiões.
Nos Estados Unidos e na União Europeia, foi registrado aumento no ICE (ambos em zona favorável), puxado principalmente pela melhora nas expectativas.
Já a Ásia apresentou tendência similar à da América Latina, com queda expressiva do ICE, de 6,1 para 5,1 pontos. Embora tanto a avaliação da situação atual e das expectativas tenham piorado na Ásia, a maior queda foi no Indicador Ifo de Expectativas que passou de 7,1 para 5,7 pontos.
O comportamento diferenciado das regiões é ilustrado pelos resultados de países selecionados. Enquanto os países europeus e os Estados Unidos estão melhorando o clima econômico, os países asiáticos pioraram. Em adição, todos os BRICS registraram queda no ICE e estão agora na zona desfavorável. Deste grupo, os piores resultados foram os do Brasil e da África do Sul.
Fonte: R7