Governo prepara plano para crescer com comércio exterior espelhando-se no Chile e Rússia

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O governo brasileiro mira o desempenho de Chile e Rússia no comércio exterior para desenhar um plano para o desenvolvimento do Brasil em 12 anos, afirmou uma fonte do ministério do Planejamento, em meio ao rápido envelhecimento populacional. Isso porque o país não contará mais com os efeitos positivos do chamado bônus demográfico, já que a população em idade ativa crescerá menos que a população total, ao contrário do ocorrido nas últimas décadas.

"Vai ser mais difícil crescer. Você precisa de produtividade e um dos temas que mais gera produtividade é a questão de exposição ao comércio internacional", disse a fonte, em condição de anonimato.

O Chile, dentre os vizinhos da América Latina, é visto como o país "mais interessante" e "próximo de desenvolvido", embora seja uma economia pequena. Já a Rússia se aproxima do Brasil pelas dimensões continentais.

Ambos apresentam melhores correntes de comércio, que são a soma de exportações e importações. Segundo dados do Banco Mundial, a corrente de comércio respondeu por 24,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2016, enquanto na Rússia foi de 46,3 por cento e no Chile, de 56,1 por cento.

"O Brasil não é o Chile, não vai ter metade do PIB em exportação e importação, mas é importante a gente se aproximar de 40 para ter mais competição aqui dentro", disse a fonte, indicando que um bom número ficaria entre "35 e 40 por cento".

Para a fonte, ainda há quem defenda que o país pode apoiar seu crescimento somente no mercado interno, que é grande. Mas isso não seria sustentável, especialmente com menos gente entrando no mercado de trabalho. Também tende a gerar tentativas de proteger setores, com consequências negativas no longo prazo.

As conclusões constarão no documento "Estratégia Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social", com caminhos para o país num prazo de 12 anos. O Planejamento estendeu o prazo de consulta pública até 24 de agosto e, depois, o conteúdo será entregue ao próximo presidente da República.

A ideia, segundo o Planejamento, é estabelecer uma bússola do que deve ser feito para o Brasil melhorar sua renda e as condições de vida da população.

Olhando para Chile e Rússia, a fonte lembrou que ambos também se distanciam do país nesses quesitos. O PIB per capita do Brasil foi de 9.895 dólares em 2017, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), contra 10.608 dólares da Rússia e 15.070 dólares do Chile.

Apesar do documento não detalhar como a corrente de comércio deverá ser aumentada, ele buscará mostrar a importância de que esse movimento seja feito.

Para a fonte do Planejamento, o objetivo ganha mais importância diante da guerra comercial que se desenha globalmente, que pode abrir oportunidades pontuais para exportações.

Fonte: Reuters

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