Riscos econômicos crescem em mercados emergentes, diz FMI

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Depois de advertir durante anos sobre as ameaças para a economia global, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) disse nesta segunda-feira (1) que os riscos começaram a materializar-se, estão afetando o crescimento e aumentando em alguns mercados emergentes, como na América Latina. Christine Lagarde afirmou que o surgimento de barreiras comerciais "não apenas estão prejudicando o comércio, mas também o investimento e a produção, conforme a incerteza continua a crescer", em um discurso rápido, feito antes de Canadá, Estados Unidos e México anunciarem um novo acordo comercial.

Ela alertou que o FMI cortará suas previsões de crescimento na próxima semana em um novo relatório e pediu aos governos que reduzam a intensidade de suas disputas.

"Há seis meses eu apontei que pairavam riscos no céu, alguns destes riscos começaram a se materializar", disse Lagarde.

"Os riscos são altos porque a fratura das cadeias de valor globais pode ter um efeito devastador em muitos países, incluindo de economias avançadas", declarou Lagarde em um discurso destinado a antever a reunião anual do FMI em Bali na próxima semana.

"Em julho, tínhamos projetado um crescimento de 3,9% para 2018 e 2019. Hoje, o prognóstico é muito menos alentador, como poderão ver em nosso informe atualizado na semana que vem", anunciou Lagarde.

Disputas comerciais

Ela indicou que a Ásia continua a crescer em um ritmo mais acelerado que outras regiões, mas há alguns indícios de moderação na China, que serão intensificados pelas disputais comerciais.

"Enquanto isso, os riscos aumentaram em muitos outros mercados emergentes e em países de baixa renda, incluindo a América Latina, o Oriente Médio e a África subsaariana", disse Lagarde.

"Muitas dessas economias enfrentam pressões decorrentes do fortalecimento do dólar americano e do aperto das condições de mercado. Muitas delas enfrentam fuga de capitais", ressaltou a diretora-gerente do FMI.

Ela ainda fez um apelo pelo multilateralismo. "A história mostra que, embora seja tentador navegar sozinho, os países devem resistir ao apelo da autossuficiência - porque, como dizem as lendas gregas, isso leva ao naufrágio", disse.

Fonte: France Press

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