Pirâmides ficam às moscas após golpe militar no Egito
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- 21/08/13
O domador de camelos Bassam Hisham senta-se em um sofá apodrecido sob o sol do deserto. Diante de si, as pirâmides do Egito. Ao redor, só areia. Não há turistas por ali.
Hisham trabalha em um dos principais setores da economia egípcia. Mas, com a queda do ex-ditador Hosni Mubarak, em 2011, e os desastres políticos e a violência que vieram em seguida, o turismo foi reduzido ao mínimo durante os últimos dias.
Não há estatística recente, mas a reportagem encontrou o aeroporto vazio na última quinta-feira. Ontem, os arredores das pirâmides, oficialmente fechadas, estavam desérticos não apenas na paisagem, mas também na metáfora.
Atendemos dez, vinte pessoas por semana", diz Omar Khalid, dono da loja Lutes, de perfumes, próxima às pirâmides. "Na época de Mubarak, eram milhares."
Joel Silva/Folhapress
"Estamos sofrendo com o turismo", diz Isam Nasr al-Afifi, 35, enquanto circunda as pirâmides montado em um cavalo. "
Você é o nosso primeiro cliente em dez dias."
O número de visitantes ao Egito caiu de 14 milhões, em 2010, para 9 milhões, em 2011. Não há números sobre os eventos políticos recentes.
VOLTA
Com a atração turística oficialmente fechada, a única alternativa é dar a volta até um ponto alto, no deserto, para observar o monumento milenar a distância.
O único caminho disponível para visitar as pirâmides passa por uma espécie de favela, um cemitério e uma pilha de carcaças de cavalos.
O ponto para a observação é um apanhado de sofás velhos, guardados por guias entediados. Não havia turistas por todo esse deserto.
As pirâmides de Giza, na periferia do Cairo, são a atração mais importante do Egito e estão incluídas na lista das sete maravilhas do mundo antigo compilada por Antípatro de Sídon no 2º séc. a.C.
São três construções alinhadas no deserto, com o Cairo como plano de fundo. A pirâmide de Quéops tem quase 140 metros de altura.
Fonte: Folha de São Paulo