Rússia indica autoridade do ministério da Economia para chefiar agência de estatísticas
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- 24/12/18
O primeiro-ministro da Rússia afastou o chefe da agência de estatísticas nesta segunda-feira e nomeou uma autoridade do ministério da Economia para o posto, com o governo prometendo uma reformulação radical dos métodos de apuração de dados do órgão. Economistas questionaram a independência do Serviço de Estatísticas Federal, ou Rosstat, dizendo que seus dados econômicos se tornaram menos precisos e pareciam surpreendentemente otimistas durante os problemas econômicos do país nos últimos anos.
O primeiro-ministro Dmitry Medvedev dispensou Alexander Surinov como chefe da Rosstat e indicou Pavel Malkov, ex-diretor do departamento de administração pública no Ministério da Economia, para substitui-lo.
"A organização precisa de uma reforma séria. Nós precisamos falar de uma reformulação completa do time, de novos princípios e métodos de trabalho", disse o ministro das Finanças, Anton Siluanov nesta segunda-feira.
"Tome, por exemplo, a renda real —um indicador bastante importante... Como a Rosstat calcula isso, provavelmente só a Rosstat sabe. A qualidade de seus cálculos é terrível, há vários assuntos levantados sobre isso, precisa mudar", disse Siluanov.
A agência de estatísticas chamou atenção no ano passado quando revisou seus dados de crescimento do Produto Interno Bruto de 2016 para uma contração de 0,2 por cento, ante uma queda muito maior divulgada anteriormente. Ela também revisou a contração do PIB em 2015 para 2,8 por cento de 3,7 por cento anteriormente.
O presidente Vladimir Putin colocou a Rosstat sob o controle do ministério da Economia em abril de 2017, logo depois que o ministro da Economia, Maxim Oreshkin, criticou a agência, que no passado reportava diretamente para o governo.
A Rosstat não comentou a nomeação de Malkov.
O ministério da Economia disse em um comunicado esperar que Malkov desenvolva a Rosstat como "um agregador e fornecedor independente de dados de alta qualidade para toda a sociedade".
Fonte: Reuters