Bolsa brasileira cresce em 2018, enquanto mercados na China, EUA e Europa desvalorizam

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A bolsa brasileira teve em 2018 um dos melhores desempenhos entre os principais índices do mundo. No ano, o Ibovespa avançou 15%, em meio a uma queda generalizada nos mercados globais. Enquanto isso, as bolsas dos Estados Unidos, Europa, China e outros países da América Latina fecharam o ano com perdas.

Este é o terceiro ano seguido de ganhos do Ibovespa. Apesar da liderança global, o índice subiu menos que em 2017, quando acumulou ganho de 26%, e também em 2016, quando avançou quase 40%.

Veja o desempenho de alguns dos principais índices em 2018:

  • Nasdaq Comp (EUA): -2,81%
  • Dow Jones Index (EUA): -3,48%
  • S&P 500 (EUA): -4,39%
  • DAX30 (Alemanha): -12,48%
  • CAC40 (França): -10,95%
  • CSI300 (China): - 25,3%

O Brasil foi destaque entre os índices da América Latina. Veja abaixo:

  • Ibovespa (Brasil): + 15%
  • Merval (Argentina): + 0,76%
  • SP/BVL Peru General (Peru): - 3,35%
  • Ipsa (Chile): - 8,25%
  • Colcac (Colômbia): -12,4%
  • BMV IPC (México): -16%

 

Ranking das bolsas em 2018 — Foto: Alexandre Mauro/G1

 

Para analistas, o ambiente desfavorável que prevaleceu no exterior não afetou as ações brasileiras como em outros mercados, graças um otimismo com fatores internos.

"O Brasil já vinha descolado do resto do mundo, recuperando as fortes perdas acumuladas nos anos de crise, enquanto as bolsas dos países avançados subiam fortemente", lembra o economista da Nova Futura Investimentos, Pedro Paulo Silveira.

Pessimismo no exterior

A guerra comercial entre EUA e China, iniciada em março, fez os investidores procurarem ativos de menor risco. Isso fortaleceu o dólar e prejudicou mercados emergentes como Turquia e Argentina, que elevaram suas taxas de juros a patamares recorde.

Para a surpresa do mercado, o Brasil acabou se beneficiando das tarifas impostas sobre a soja americana e passou a exportar mais da commodity para a China, o principal destino de suas matérias-primas.

A elevação gradual da taxa de juros nos EUA também contribuiu para o ambiente de cautela no exterior, gerando temores de um desaquecimento da atividade global.

"O fim do ano foi tomado por um receio de que podemos ter uma desaceleração da economia global nos próximos anos, não só como resultado da tensão comercial, mas pelos indicadores que não reagiram como se esperava", afirma Rafael Passos, analista da Guide Investimentos.

Expectativa positiva no cenário doméstico

O Ibovespa começou o ano em meio a um forte otimismo dos investidores, chegando a acumular uma alta de 11% em janeiro. Mas a greve dos caminhoneiros, em maio, fez a bolsa brasileira sofrer um forte baque, fechando o primeiro semestre com queda de 5%.

No entanto, a forte volatilidade da bolsa durante as eleições presidenciais levou o Ibovespa a novos patamares de alta, e a euforia do mercado voltou a prevalever após o resultado da disputa, diante da expectativa de maiores chances para a implementação de reformas fiscais.

Com isso, o índice da B3 voltou a renovar sua máxima histórica e chegou perto dos 90 mil pontos entre novembro e dezembro.

"Quando olhamos o Brasil, existe uma expectativa otimista de recuperação da economia e aprovação de reformas fiscais que puxa o Ibovespa para cima", afirma Passos, da Guide, sobre o atual patamar da bolsa brasileira.

Fonte: G1

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