Primeiro-ministro do Japão se diz atento a riscos para recuperação econômica global
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- 07/01/19
O governo japonês manterá um olhar atento aos riscos que ameaçam uma recuperação econômica global, enquanto orienta sua política, disse o primeiro-ministro do país, Shinzo Abe, em entrevista veiculada pela emissora pública NHK ontem (6). Sinais de desaceleração da demanda global e recentes altas acentuadas do iene trouxeram nebulosidade à perspectiva para a economia dependente de exportação, desencadeando advertências verbais de formuladores de política em Tóquio sobre o impacto adverso de movimentos voláteis do mercado sobre o crescimento.
"Embora a economia global esteja gradualmente se recuperando, há vários riscos para a perspectiva", disse Abe na entrevista, gravada na sexta-feira. "Os fundamentos econômicos do Japão são sólidos, mas gostaríamos de conduzir nossa política com olhar atento aos vários riscos".
O Japão também buscará resolver os atritos comerciais sino-americanos ao promover coordenação global, enquanto preside a reunião deste ano do grupo das 20 maiores economias do mundo, o G20, segundo Abe.
"Como presidente do G20, o Japão espera desempenhar um papel importante para fomentar a cooperação global... para alcançar crescimento estável e sustentável", afirmou, acrescentando que tanto EUA quanto China devem obedecer as regras da Organização Mundial de Comércio (OMC).
Qualquer sinal de fraqueza na economia japonesa pode acirrar especulações de mercado de que Abe poderia novamente adiar um aumento planejado em tarifas de vendas para 10 por cento, ante 8 por cento, em outubro.
A elevação já foi adiada duas vezes, após a alta para 8 por cento em 2014 ter colocado a economia em recessão.
Abe afirmou que as receitas obtidas com a elevação de taxas são fundamentais para garantir que o sistema de bem-estar social do Japão seja sustentável e que o governo adotará medidas suficientes para mitigar o impacto dessas taxas maiores sobre o crescimento.
"Não há mudança em nossa posição sobre a elevação de tarifas de vendas, conforme programado, a menos que o Japão seja afetado por um choque do tamanho do (colapso do) Lehman Brothers", disse Abe.
Fonte: Reuters