Por que alguns países são mais generosos do que os outros?

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omo já é tradição desde 2010, o instituto Gallup divulgou relatório anual sobre os países mais generosos. É uma pesquisa tradicional, feita para a fundação britânica Charities Aid, que verifica os lugares onde as pessoas mais ajudam um estranho, fazendo trabalho assistencial ou doando dinheiro para a caridade. Na última edição, o Gallup perguntou a 150 mil pessoas em 146 países se tinham sido generosas em 2017. Como é tradição, o pequeno Myanmar, país asiático de maioria budista, tem mais uma vez a população mais generosa do mundo.

O Brasil, apesar da fama de amistoso, de novo não foi bem no ranking, ocupando o 123º lugar. Só 2 em cada 10 brasileiros ajudaram alguém. Mas será que somos menos solidários? E por que alguns lugares são mais generosos do que outros?

Atos de solidariedade são considerados pró-sociais, ou seja, mais do que para nos beneficiar, agimos para beneficiar o grupo no qual vivemos. Mas generosidade a princípio parece algo irracional, pois abrimos mão de nosso próprio bem-estar em nome dos outros.

Desde o evolucionista Charles Darwin e por quase um século pesquisadores discutiram por que e em quais condições somos generosos. Hoje é bastante aceito que solidariedade é uma característica humana tanto em relação a pessoas próximas como a estranhas. Fatores sociais, culturais e econômicos concorrem para criar um cenário de maior generosidade ou menor generosidade.

Países islâmicos, por exemplo, são sempre bem situados no ranking. Por exemplo: mesmo sob uma ditadura violenta e enfrentando uma guerra civil, 8 em cada 10 líbios relataram atos de generosidade. E assim também os moradores da Indonésia, do Iraque, do Kuwait e etc., países entre os mais generosos do mundo.

Na religião islâmica, pelo menos uma vez por ano um praticante tem que ajudar uma pessoa estranha. Isso explica que tantos habitantes destes países façam caridade. O mesmo ocorre nos países budistas como Myanmar, onde é dominante a tradição Theravada, que estimula uma cultura generosa.

Mas a forma como se organizam as sociedades também é mais importante. Algumas são mais coletivistas e isso aumenta a rede de proteção social, notou um estudo dos psicólogos Peter B. Smith, Mark Peterson e Shalom Schwartz, publicado em 2002 no Journal of Cross-Cultural Psychology.

Mas também ocorrem casos como o dos Estados Unidos. O país costuma ser associado ao capitalismo mais individualista, porém 7 em cada 10 americanos relataram atos de generosidade. Há mais de um século grandes doações privadas sustentam de universidades a entidades filantrópicas americanas, movendo hoje uma indústria de mais de US$ 1 trilhão anuais, segundo o Urban Institute.

O individualismo pode imperar na economia, mas a riqueza também aumenta a generosidade. E há a forte influência protestante, que leva muitos americanos a dividir com os pobres parte dos ganhos. Economia, cultura e religião ajudaram a criar um dos povos mais solidários do mundo.

Como disse Peter B. Smith numa entrevista à BBC, é praticamente impossível separar um único fator que explique por que um país é mais solidário do que outro. Rankings como o da generosidade são importantes como lembretes de que algumas sociedades podem fazer mais pelos necessitados, e esse é o caso da brasileira.

Fonte: G1

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