'As coisas estão indo muito bem com a China e com o comércio', diz Trump

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O presidente dos EUA, Donald Trump, disse que estão sendo feitos progressos para um acordo comercial com a China, mas negou que esteja considerando a possibilidade de suspender as tarifas dos produtos chineses. "As coisas estão indo muito bem com a China e com o comércio", disse a repórteres, acrescentando que ele viu alguns "relatórios falsos" indicando que as tarifas norte-americanas sobre produtos chineses seriam suspensas.

"Se fizermos um acordo, certamente não teremos sanções, e se não fizermos um acordo, faremos", disse Trump. "Realmente tivemos um número extraordinário de reuniões e um acordo poderia muito bem acontecer com a China. Está indo bem. Eu diria o máximo possível."

O vice-primeiro-ministro chinês, Liu He, visitará os Estados Unidos em 30 e 31 de janeiro para a próxima rodada de negociações comerciais com Washington.

Isso segue as negociações realizadas em Pequim na semana passada para resolver a difícil disputa entre as duas maiores economias do mundo até 2 de março, quando o governo Trump deve aumentar as tarifas de US$ 200 bilhões em produtos chineses.

O governo Trump impôs tarifas de importação sobre os produtos chineses para pressionar Pequim a cumprir uma longa lista de exigências que reescreveriam os termos de troca entre os dois países.

As demandas incluem mudanças nas políticas da China sobre proteção à propriedade intelectual, transferências de tecnologia, subsídios industriais e outras barreiras comerciais.

Proposta da China

A China apresentou um plano de compras de seis anos para incrementar as importações dos Estados Unidos, com o objetivo de reconfigurar as relações entre os dois países, segundo informou a Bloomberg na sexta-feira (18).

Com um aumento de mais de US$ 1 trilhão nas importações dos Estados Unidos, a China reduziria o saldo positivo de sua balança comercial, que no ano passado foi de US$ 323 bilhões para zero até 2024.

Não estava clara a diferença entre esta oferta e a que foi feita pela China quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jiping, se encontraram em Buenos Aires, em dezembro. Naquela reunião, a China ofereceu o compromisso de mais 1,2 trilhão de dólares em compras, segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Steve Mnuchin.

Em 9 de janeiro, a Reuters noticiou que os representantes dos EUA aproveitaram três dias de negociações com seus pares chineses em Pequim para exigir mais detalhes sobre a promessa da China de fazer grandes compras de produtos norte-americanos. A China ofereceu compromissos similares, embora em menor escala, durante conversas em Washington em maio do ano passado.

A reportagem publicada pela Bloomberg nesta sexta-feira provocou um rali em Wall Street, onde os principais índices de ações se encaminhavam para uma quarta semana de ganhos, em parte devido ao otimismo de que os EUA e a China cheguem a um acordo para resolver a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Os dois lados têm imposto tarifas recíprocas que prejudicam o comércio na ordem de centenas de bilhões de dólares.

Enquanto uma compra maior de produtos dos EUA tem dominado parte das conversas, os negociadores norte-americanos também focam em questões que demandariam mudanças mais estruturais na China. Isso incluiria a implementação de medidas para interromper a apropriação indevida da propriedade intelectual de empresas norte-americanas e o corte em subsídios industriais.

Com a aproximação da metade dos 90 dias de trégua na guerra comercial entre China e EUA, iniciada com o encontro de Trump e Xi na reunião do G20 na Argentina em 1º de dezembro, ainda há poucos detalhes que indiquem a realização de qualquer progresso. Na terça-feira, um senador republicano disse que Robert Lighthizer, um dos representantes dos EUA nas negociações comerciais, havia lhe relatado ter visto pouco progresso sobre as questões estruturais.

Dados divulgados na segunda-feira mostraram que as exportações chinesas tiveram a maior queda em dois anos para o mês de dezembro, e que as importações também se retraíram, indicando menos vigor em 2019 para a segunda maior economia do mundo e uma maior deterioração na demanda global.

Fonte: Reuters

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