Preocupações com comércio afetam ânimo de CEOs em Davos
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- 21/01/19
Executivos de todo o mundo ficaram muito mais pessimistas em relação às perspectivas econômicas globais devido a disputas comerciais e às tensas relações entre grandes potências, mostrou uma pesquisa na véspera do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. A pesquisa da PwC com cerca de 1.400 CEOs apontou que 29 por cento acreditam que o crescimento econômico global cairá nos próximos 12 meses, seis vezes o nível do ano passado e o maior percentual desde 2012.
A mudança mais acentuada ocorreu entre os líderes empresariais nos Estados Unidos, onde o otimismo caiu de 63 por cento há um ano, para 37 por cento em meio a uma desaceleração econômica e uma guerra comercial com a China.
Mas a parcela de CEOs que acredita que a taxa de crescimento cairá aumentou significativamente em todas as regiões, e isso se traduziu em uma queda nas expectativas dos líderes empresariais de que suas empresas conseguirão aumentar as receitas a curto e médio prazo.
"É uma grande reversão em relação ao ano passado e o clima mais sombrio está presente em praticamente todo o mundo", disse Bob Moritz, presidente global da multinacional de auditoria e contabilidade PwC.
"Com o aumento da tensão comercial e do protecionismo, é lógico que a confiança esteja diminuindo."
Na segunda-feira, o Fundo Monetário Internacional cortou suas previsões de crescimento econômico mundial para 2019 e 2020, devido à fragilidade na Europa e em alguns mercados emergentes, e disse que o fracasso em resolver as disputas comerciais poderia desestabilizar ainda mais a desaceleração da economia global.
Em sua segunda revisão para baixo em três meses, o Fundo também citou uma desaceleração maior do que a esperada na economia chinesa e um possível Brexit sem acordo como riscos para suas perspectivas, dizendo que isso poderia piorar a turbulência nos mercados financeiros.
A paralisação do governo dos Estados Unidos, que fez com que o presidente norte-americano, Donald Trump, não comparecesse ao encontro da elite política e empresarial global em Davos, também está contribuindo para a sensação de mal-estar em relação à economia dos EUA.
Fonte: Reuters