Em meio a preocupações comerciais e com Brexit, FMI corta estimativa de crescimento global

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) cortou nesta terça-feira sua estimativa para o crescimento econômico global em 2019 e alertou que a expansão pode desacelerar ainda mais devido às tensões sobre comércio e a uma saída potencialmente desordenada do Reino Unido da União Europeia. Em sua terceira redução desde outubro, o fundo disse que algumas das principais economias, incluindo China e Alemanha, podem precisar adotar ações no curto prazo para impulsionar o crescimento.

O FMI disse que ainda espera que uma forte desaceleração na Europa e em alguns mercados emergentes dê espaço a uma retomada da aceleração de forma geral no segundo semestre de 2019.

"Entretanto, a possibilidade de mais revisões para baixo é alta, e o balanço de riscos permanece voltado para baixo", disse o Fundo em seu relatório Perspectiva Econômica Global para as reuniões de primavera do FMI e do Banco Mundial em Washington nesta semana.

A economia global deve crescer 3,3 por cento neste ano, a expansão mais lenta desde 2016, disse o FMI em uma previsão que representou redução de 0,2 ponto percentual sobre a estimativa de janeiro.

A taxa de crescimento estimada para o próximo ano permaneceu em 3,6 por cento.

Mais de dois terços da desaceleração esperada em 2019 se devem a problemas em países ricos.

"Neste contexto, evitar erros de política monetária que possam prejudicar a atividade econômica deve ser a principal prioridade", disse o FMI.

Um potencial problema está na indecisão do Reino Unido sobre como deixar a União Europeia. Apesar dos prazos, Londres não decidiu como tentará proteger sua economia durante o processo de saída. As novas estimativas do FMI pressupõem um Brexit ordenado, mas o Fundo disse que um processo caótico pode tirar mais de 0,2 ponto percentual do crescimento global em 2019.

O crescimento econômico da Europa já está desacelerando substancialmente e respondeu pela maior parte da redução na estimativa de crescimento global.

A perspectiva para a Alemanha sofreu com a demanda mais fraca por suas exportações, gastos mais fracos dos consumidores e novos padrões de emissão que pressionaram as vendas de carros.

A Alemanha pode ter que se voltar rapidamente a medidas de estímulo fiscal, disse o FMI, também pedindo ao Banco Central Europeu que continue estimulando a economia regional.

A estimativa para a economia dos EUA, embora deva ter desempenho melhor do que outras nações ricas, também foi rebaixada com sinais de que um estímulo fiscal alimentado por cortes de impostos está produzindo menos atividade do que esperado anteriormente.

O FMI disse que defende a decisão do Federal Reserve de dar uma pausa no ciclo de altas de juros, o que, para o Fundo, vai sustentar as economias dos EUA e mundiais neste ano ao aliviar as condições financeiras. O FMI elevou sua estimativa para o crescimento econômico dos EUA em 2020 em 0,1 ponto, para 1,9 por cento.

O Fundo disse que também revisou ligeiramente para cima sua estimativa para o crescimento da China neste ano, para 6,3 por cento, em parte porque esperava uma intensificação na guerra comercial entre EUA e China que não se materializou.

Fonte: Reuters

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