Pesquisa mostra que Brasil e Obama são os favoritos dos uruguaios
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- 10/09/13
O Brasil é o país com melhor imagem entre os uruguaios, segundo pesquisa de opinião realizada em 61 localidades do vizinho sul-americano. Em segundo lugar vêm os Estados Unidos e o Chile. A Argentina é o mais mal avaliado.
O estudo, realizado pelo Grupo Radar - instituto de pesquisa fundado em 1997, com sede em Montevidéu -, tinha como objetivo investigar a imagem que os uruguaios têm dos presidentes de sete países da região e desses territórios em geral. Em uma escala de 0 a 10, o Brasil obteve a melhor pontuação: 6,4. Os EUA e o Chile empataram com 6,2. O Paraguai registrou 4,9; a Venezuela, 4,8; a Bolívia, 4,7; e a Argentina, 4,4.
Com relação aos presidentes, o mandatário americano Barack Obama assume a dianteira, com nota 6. Em segundo lugar vem Dilma Rousseff, com 5,9. Na sequência, aparecem Sebastián Piñera (Chile, 5,3), Evo Morales (Bolívia, 5,2), Horacio Cartes (Paraguai, 4,4), Nicolás Maduro (Venezuela, 4,1) e Cristina Fernández de Kirchner (Argentina, 3,1). Com exceção da avaliação dada a Morales, os resultados obtidos pelos países superam os dos seus mandatários. Segundo o instituto, "a imagem dos presidentes recebe influência da simpatia partidária dos pesquisados", algo que aconteceria menos com os países que lideram.
Em termos gerais, tanto a Argentina como sua presidente são os que obtêm menor simpatia por parte dos uruguaios, em todos os segmentos analisados (idade, sexo, nível socioeconômico e preferência partidária).
O Brasil é mais bem avaliado entre uruguaios de 18 a 29 anos (onde obtém nota 6,6), do sexo masculino (6,5) e que residem na capital, Montevidéu (6,7), com nível socioeconômico alto (6,8). Os que votam na coalizão de esquerda Frente Ampla e no opositor Partido Colorado lhe deram a melhor qualificação (6,5, ambos). Entre os ouvidos do Partido Branco (ou Nacional), também de oposição, alcançou 6,2.
Os Estados Unidos receberam melhor avaliação entre mulheres, de 18 a 29 anos, que residem no interior, têm nível de renda médio e são simpatizantes do Partido Nacional. A Argentina obteve suas maiores notas junto a mulheres de 18 a 29 anos e com idade igual ou superior a 65 anos, oriundas de Montevidéu, com nível socioeconômico alto e médio, e que votam regularmente na Frente Ampla.
Obama, o presidente mais bem votado, registra suas melhores qualificações entre pessoas de 18 a 29 anos e com 65 anos ou mais, do sexo feminino, do interior e com baixo nível de renda. Dilma Rousseff conta com maior simpatia por parte de uruguaias com idade igual ou superior aos 65 anos, de Montevidéu, que votam na esquerda e possuem alto nível econômico.
Cristina Kirchner tem a preferência dos jovens de níveis médios e baixos de renda, pertencentes ao sexo feminino e que são partidários da Frente Ampla. No caso da presidente argentina, tanto uruguaios do interior como da capital a avaliam da mesma maneira.
Ainda que a inclinação partidária dos entrevistados incida de forma menos acentuada na pontuação dos países, de acordo com análise do instituto, a opção política mostra suas marcas nos resultados finais. Os simpatizantes da Frente Ampla, por exemplo, avaliam de forma mais positiva países como Argentina, Bolívia e Venezuela do que os que votam nos partidos Colorado ou Nacional (Branco). Da mesma forma, EUA, Chile e Paraguai aparecem com melhores qualificações por parte de votantes dos partidos tradicionais, em detrimento dos que votam na coalizão de esquerda.
A pesquisa foi feita com 1.617 uruguaios maiores de 18 anos, entre 18 de junho e 18 de julho. As entrevistas foram feitas pessoalmente em cidades com mais de 20 mil habitantes e em uma amostra aleatória. A margem de erro é de 2,4 pontos percentuais para mais ou para menos. Segundo o instituto, o estudo não foi realizado por encomenda de nenhuma empresa, meio de comunicação ou partido político.
Fonte: Jornal do Brasil