Após proposta do Brasil ser barrada, Lula defende fim do poder de veto no Conselho de Segurança da ONU

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta sexta-feira (27) as regras do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que garantem poder de veto aos cinco países permanentes do órgão. Lula deu a declaração durante café da manhã, no Palácio do Planalto, com jornalistas que participam da cobertura diária da Presidência da República.

O Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 membros, mas somente cinco ocupam os chamados assentos permanentes e, com isso, têm direito a poder de veto. São eles: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.

No último dia 18, a proposta brasileira sobre o conflito entre o grupo terrorista Hamas e Israel recebeu 12 votos favoráveis, mas, vetada pelos Estados Unidos, acabou rejeitada.

Atual presidente rotativo do conselho, o Brasil sugeriu um texto que condenava os ataques terroristas do Hamas e cobrava de Israel o fim do bloqueio à Faixa de Gaza.

Nesta sexta, Lula disse que o poder de veto é uma "loucura" e que o instrumento não é "democrático". Ele também declarou que o Conselho de Segurança da ONU atualmente "vale muito pouco".

"[A proposta brasileira] foi rejeitada por causa de uma loucura, que é o direito de veto conseguido pelo país titular do Conselho de Segurança da ONU, que eu sou totalmente e radicalmente contra. Isso não é democrático", completou Lula.

Ainda sobre o Conselho de Segurança, Lula voltou a defender uma reforma no colegiado, com a entrada de mais membros permanentes, como Brasil, Argentina, México, Egito, Índia e Nigéria, entre outros.

Na conversa com jornalistas, Lula voltou a chamar de "terroristas" os ataques do Hamas contra Israel, mas repetiu que cabe à ONU classificar o grupo como terrorista, o que ainda não foi feito.

"O Brasil só reconhece como organização terrorista aquilo o que o Conselho de Segurança da ONU reconhece. E o Hamas não é reconhecido pelo Conselho de Segurança da ONU como organização terrorista porque ele disputou eleições na Faixa de Gaza e ganhou", disse.

O Presidente também afirmou que a ONU deveria ter a "coragem" de assegurar a criação do Estado Palestino.

"O Oswaldo Aranha que presidiu, em 1947, a sessão da ONU que criou o estado de Israel. Portanto, a ONU agora deveria ter coragem de assegurar a criação do Estado Palestino. Sabe, viver em paz, harmonicamente, é isso que nós queremos", disse.

Crítica a Israel

Lula também criticou a resposta do governo israelense aos ataques do Hamas, sobretudo a postura do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

Resgate de brasileiros

Lula também comentou sobre os esforços do governo para retirar brasileiros da zona de conflito. Mais de 1,4 mil brasileiros que estavam no território de Israel já foram repatriados em voos da Força Aérea Brasileira.

"Nós não deixaremos um único brasileiro ficar em Israel ou na Faixa de Gaza. Nós vamos tentar buscar todos. Porque esse é um papel do governo brasileiro e já conversei, se eu tiver informação: 'olha, Lula tem o presidente de tal país que é amigo do Hamas'. É pra esse que eu vou ligar", disse.

O petista afirmou que está tentando um acordo entre Israel e Egito para abertura de um corredor humanitário que possibilite a retirada de brasileiros que estão na Faixa de Gaza.

Um grupo de cerca de 30 brasileiros aguarda essa negociação para deixar a região, que tem sido alvo de bombardeios e ataques por terra do exército israelense.

Fonte: G1

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