Turquia passa a permitir o uso do véu no serviço público

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A Turquia publicou hoje, em seu Diário Oficial, a suspensão de uma norma que proibia o uso do véu islâmico em instituições públicas. O país tem maioria muçulmana, mas é constitucionalmente uma nação secular.

A proibição, que teve origem nos primeiros dias da República Turca, impediu que muitas mulheres muçulmanas trabalhassem no setor público. Entretanto, a medida foi criticada por secularistas, que acreditam que o governo esteja trazendo uma agenda islâmica para o país.

As novas regras, que não valem para o Poder Judiciário e para as Forças Armadas, foram publicadas no Diário Oficial turco.

O debate em torno do véu está no centro das tensões entre as elites religiosas e seculares do país.

Críticos do primeiro-ministro Tayyip Erdogan dizem que seu partido, o AK, está corroendo as bases seculares da república turca. Já os partidários de Erdogan, que estão particularmente em redutos conservadores do país, afirmam que ele simplesmente está restaurando a liberdade de expressão religiosa da maioria muçulmana.

A suspensão da proibição --que tem base em um decreto de gabinete de 1925, quando foi introduzida no país uma série de reformas por Mustafa Kemal Ataturk destinadas a banir símbolos de afiliação religiosa entre funcionários públicos-- faz parte de um "pacote de democratização" revelado por Erdogan na semana passada.

O programa de reforma, que em grande parte se destina a reforçar os direitos da comunidade curda da Turquia, inclui mudanças no sistema eleitoral, a ampliação dos direitos linguísticos e a permissão para aldeias usarem seus nomes curdos originais.

Também entrou em vigor nesta terça a suspensão de uma norma que obrigava crianças das escolas primárias do país a recitar, no início de cada semana, um juramento de lealdade nacional.

Fonte: Folha de São Paulo

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