Brasil e Canadá: um relacionamento econômico parado
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- 09/10/13
O jornal canadense Globe & Mail (Toronto) publica nesta quarta-feira (9/10) um artigo de Barrie McKenna sobre as "rixas" entre o Canadá e o Brasil, envolvendo os jatos e a exportação de carne. A polêmica veio à tona com as novas denúncias de que a agência de inteligência canadense espionou o Ministério de Minas e Energia do Brasil. O artigo avalia os riscos econômicos em decorrência das informações que vazaram através dos documentos entregues por Edward Snowden.
O texto afirma que as autoridades brasileiras declararam que vão examinar atentamente as atividades das empresas de mineração canadenses e outros investidores no Brasil. Em outro trecho, destaca o Canadá está ansioso para diversificar seu comércio além de os EUA e tem como alvo o Brasil, que pode ser o "elo" da sua estratégia para o aprofundamento dos laços na América Latina. Segundo McKenna, Canadá e Brasil não estão unidos em um acordo de livre-comércio e um plano para criar uma relação Brasil-Canadá como meio de promover a aproximação econômica, até o momento não decolou. "Parte do problema é que o Canadá e o Brasil são rivais econômicos em vários setores-chave de exportação, incluindo a agricultura, energia, mineração e indústria aeroespacial", explica o artigo.
McKenna comenta no seu artigo que o Brasil tem adotado um modelo de desenvolvimento industrial para acelerar o crescimento econômico e preencher as lacunas onde o setor privado ainda não está ativa. Ele explica o cenário com uma declaração de Dan Ciuriak, ex-economista-chefe adjunto do Departamento de Relações Exteriores e Comércio Internacional. "Eles estão mais dispostos a usar a indústria do setor privado e as empresas como uma ferramenta para fins nacionais. (...) Isso provoca alguns atritos".
O veículo relembra ainda que Brasil e Canadá são conhecidos pela disputa comercial que dura décadas na Organização Mundial do Comércio, sobre subsídios à Embraer e Bombardier Inc., empresas que estavam quebrando no mercado de jatos regionais na década de 1990.
Fonte: Jornal do Brasil