Bioeconomia representa 2 trilhões de euros e 9% dos empregos na união europeia
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- 10/10/13
De acordo com o analista de políticas da diretoria para Ciência, Tecnologia e Indústria da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), James Philp, na Europa, os produtos de origem química e não biológica começam a perder espaço. Para ele, o aumento da produção de biocombustíveis, bioquímicos e bioplásticos, por exemplo, é uma tendência.
"Atualmente, a bioeconomia representa 2 trilhões e 9% dos empregos na União Europeia. O setor industrial europeu investe 2% do orçamento em bioeconomia. A expectativa é de que, em 2030, esses investimentos representem 32% do orçamento", revelou Philp.
A afirmação ocorreu durante o 2º Fórum de Bioeconomia - promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em São Paulo, em parceria com a Harvard Business Review - Brasil (HBR), nesta quinta-feira (10). Segundo o especialista, apesar da ascensão da bioeconomia no continente europeu, faltam políticas públicas e legislação específica sobre o tema, o que representa uma grande barreira para os cientistas. "Se não tomarmos cuidado, a Europa se tornará um museu da ciência do século 20", ressaltou.
James Philp lembrou que alguns países consideram a biotecnologia responsável pela próxima revolução industrial. De acordo com estudos da OCDE, o setor deve movimentar, em menos de vinte anos, 300 bilhões.
O BRASIL E A BIOECONOMIA - Segundo ele, o Brasil tem acompanhado essas mudanças. Pioneiro na produção de etanol de cana-de-açúcar, o país também incrementou a fabricação de bioplásticos degradáveis. "Houve um crescimento significativo entre 2001 e 2009 na produção de bioplásticos degradáveis no Brasil. A estimativa é que em 2016 o país atinja o maior volume de fabricação desse material: 776 toneladas métricas", disse. "Os estudos apontam que a era do petróleo barato acabou", pontuou Philp, em referência ao potencial brasileiro na produção de biocombustíveis como o etanol de primeira e segunda gerações.
James Philp é um estudioso do fenômeno da bioeconomia. Autor de mais de 200 artigos sobre o assunto, o PhD em Biocorrosão para a Indústria Nuclear pela Universidade Napier, em Edimburgo, é um dos convidados do 2º Fórum de Bioeconomia. Segundo ele, a bioeconomia deve servir para dissociar crescimento econômico de danos ambientais. A ideia é crescer, sim, mas com fins sustentáveis sempre.
Fonte: Confederação Nacional da Indústria