Vale busca sócios para área de fertilizantes e ferrovia em Moçambique

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Disposta a focar ainda mais em seu produto mais rentável, o minério de ferro, a Vale negocia a venda de participações em seus negócios de fertilizantes e na área de logística de sua segunda principal aposta, a mina de carvão em Moçambique.

O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse que a empresa está à procura de um sócio para criar uma nova holding que iria incorporar todos os empreendimentos e projetos da Vale na área de fertilizantes, recriando a antiga Vale Fertilizantes --empresa que nasceu da compra da Fosfértil.

Indagado sobre o nome do sócio, Ferreira disse apenas: "Estamos namorando ainda". A Vale, desse modo, quer replicar o modelo que adotou com a VLI, empresa de logística que se cindiu da mineradora. Vale vendeu uma fatia da companhia, cujo foco é o transporte de grãos e outros produtos, para a canadense Brookfield, a japonesa Mitsui e o Fundo de Investimento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Outra possibilidade, disse o executivo, é a entrada de um novo parceiro para cada um dos projetos da mineradora na área de fertilizantes. Os principais são as minas de potássio de Carnalita, projeto em Sergipe para a produção de 2 milhões de toneladas/ano, e a de Kronau, no Canadá --entre 3 milhões e 5 milhões de toneladas/ano.

Ferreira disse que uma decisão deve ser tomada no primeiro semestre de 2014. O executivo afirmou ainda que a Vale teve uma perda de US$ 2,3 bilhões com a desistência do projeto de potássio em Rio Colorado, na Argentina, e refutou que a mineradora não tenha interesse na área de fertilizantes.

O custo elevado dos equipamentos e o câmbio desfavorável, afirmou, foi determinante para a Vale encerrar o projeto. Essas condições permanecem e não há uma perspectiva de retomada.

No caso da área de logística em Moçambique, a ideia é buscar um sócio para a ferrovia de 900 km em construção entre a mina de carvão de Moatize e o porto de Nacala, que também entrará no pacote e será negociado junto com a estrado de ferro. A Vale tem a concessão do governo local para os dois empreendimentos.

O objetivo, disse Ferreira, é promover o desenvolvimento regional e permitir o transporte de grãos e outros produtos pela ferrovia e o porto. A abertura da infraestrutura a terceiros, mediante pagamento, foi negociada com o governo de Moçambique.

A ideia da Vale é vender 50% de sua participação na ferrovia e no porto. A Vale detém 70% dos projetos, mas é responsável, sozinha, pelo investimento estimado em US$ 4,4 bilhões, que será repartido com o novo sócio.

Fonte: Folha de São Paulo

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