Tanger tem a maior zona franca do Marrocos e mostra interesse em atrair indústrias brasileiras
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- 04/02/14
A Tanger Free Zone, maior zona franca do Marrocos, quer atrair empresas brasileiras para se instalarem ali. O local abriga mais de 450 indústrias voltadas a exportação, sendo 80% delas do setor automotivo.
"Estamos abertos a receber investimentos. Temos recebido muitas delegações do Brasil, principalmente do setor automotivo e aeronáutico, que têm ouvido sobre o Tanger Med (porto da cidade a 14 quilômetros da Europa)", contou Ilhan Khalil, responsável pelo Desenvolvimento Comercial da zona franca, a um grupo de jornalistas brasileiros que visitou o local na semana passada. Perguntada se também já havia se encontrado com executivos da Embraer, ela afirmou que "já os vimos muitas vezes".
Criada em 1999, a Tanger Free Zone ocupa 350 hectares, onde foram feitos investimentos de 1,5 bilhão de euros pelas empresas que se instalaram no local. Hoje, a principal indústria presente ali é a montadora francesa Renault, cuja planta produz 150 mil carros anualmente, mas cuja capacidade de produção é de 400 mil automóveis por ano.
Para estar presente na zona franca de Tanger, uma empresa precisa dedicar 70% de sua produção às exportações. Segundo Khalil, em 2013, as indústrias ali instaladas faturaram 1,5 bilhão de euros com vendas ao mercado externo.
Para as indústrias que quiserem se estabelecer no local, a zona franca oferece desde a construção até a administração do projeto. "Oferecemos a plataforma para as empresas que querem produzir e exportar seus produtos", destacou Mehdi Tazi-Riffi, diretor-gerente da Tanger Free Zone. O objetivo da direção do local é aumentar a área ocupada para 500 hectares.
Segundo ele, também são oferecidos incentivos durante a fase de instalação, como subsídios diretos para a planta e os equipamentos, e outros incentivos para a fase de operação. Depois do setor de autopeças, o aeronáutico é o mais importante da zona franca de Tanger, mas ali também estão presentes indústrias de eletrônicos, alimentos, têxteis e empresas de serviços.
Nos primeiros cinco anos, as empresas na zona franca são isentas de impostos, após este período, pagam 8,75% de taxas pelos próximos 30 anos. "A maioria das empresas se expandiu desde que se instalaram no Marrocos, construindo novas plantas", destacou Riffi. De acordo com o diretor, as exportações das empresas da Tanger Free Zone devem chegar a dois bilhões de euros este ano.
Exportação para o Brasil
Instalada na Tanger Free Zone desde 2011, a francesa Snop faz modelagem de placas de metal para automóveis. Toda a produção da empresa é absorvida pela Renault, no Marrocos e no mundo, inclusive no Brasil, que compra 15% da produção de 25 milhões de peças anuais feitas na fábrica marroquina.
"Não viemos aqui só pela mão de obra barata, mas porque o porto [de Tanger] está aberto ao mercado internacional. Existem plataformas industriais [no país] e nós estamos em uma delas", explicou Tajeddine Bennis, diretor da fábrica da Snop em Tanger. Tanto a zona franca quanto o porto da cidade são administrados pela mesma empresa, a Tanger Med.
Além do Brasil, a Snop marroquina exporta para Argentina, Colômbia, Rússia e Turquia. Sua fábrica ocupa 15 mil metros quadrados, mas a empresa está negociando a realização de um projeto para a Ford que, se der certo, acarretará na ampliação da planta em mais 20 mil metros quadrados.
Pioneira
Uma das primeiras fábricas instaladas na zona franca de Tanger, a Polydesign, produz peças para o interior dos automóveis, como bancos, redes e protetores para a caixa de marcha, entre diversos outros itens. A empresa abriu as portas no Marrocos em 2001, hoje sua planta ocupa 16 mil metros quadrados e emprega 764 pessoas.
Entre os clientes da fábrica estão grandes montadoras como Nissan, Saab, Land Rover, BMW, Audi, Mercedes Benz, Peugeot e Ford. Segundo Azzeddine Tika, gerente-geral assistente, a planta marroquina fatura 30 milhões de euros por ano e toda sua produção é exportada, indo principalmente para a Europa, China e Estados Unidos.
Fonte: Comex