'Financial Times': PIB do Brasil é melhor que o esperado, mas há preocupações

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O jornal Financial Times (FT) desta sexta-feira (28/2) destaca que uma das boas notícias do mercado exterior é o crescimento do PIB brasileiro em 2014, divulgado em 2,3%, incluindo 0,7% no quarto trimestre, superando as pesquisas da Reuters e do Bloomberg, que tinham estimado em 0,3% no quarto trimestre.

Segundo o jornal, o resultado causou alívio ao banco central do Brasil, que havia sugerido, com base no indicador do PIB, o IBC-BR, uma contração na atividade do quarto trimestre, que por sua vez colocaria o país numa recessão técnica (dois trimestres consecutivos de contração).

O resultado apoia a decisão tomada na quarta-feira (26) pelo banco central de aumentar a taxa básica de juros. Funcionários do banco seguiam por direções opostas temendo a inflação, que era de 5,59% em janeiro deste ano, menos que em dezembro, de 5,91%, mas ainda está muito acima dos 4,5% desejado pelo governo, além do crescimento fraco, especialmente com a proximidade das eleições gerais em outubro. O FT analisa que os dados divulgados pelo IBGE não são apenas positivos. O crescimento no quarto trimestre foi quase inteiramente em torno do setor de serviços, que teve no trimestre um crescimento de 0,7%. A agricultura era plana e a produção industrial sofreu uma contração significativa de 0,2%, segundo a avaliação do jornal. Mais preocupante, a contração na indústria levou a uma queda de 0,9% na produção industrial e a estagnação na mineração e na construção.

O quadro geral só apresentou uma expansão de 1,4% em serviços públicos como eletricidade, gás, água e esgoto, ajudada pelo uso doméstico de energia elétrica, em pleno verão escaldante em grandes parte do país. Pelo lado positivo, o investimento, medido pela formação bruta de capital fixo, aumentou 6,3% em 2013, com o consumo das famílias que elevou em 2,3% e o consumo do governo de 1,9%.

Os números pareciam menos saudáveis no nível trimestral, no entanto, onde FCF subiu 0,3%, o consumo das famílias em 0,7% e o consumo do governo de 0,8%. A Capital Economics apontou que o crescimento do quarto trimestre deve ser visto no contexto de uma contração de 0,5% no terceiro trimestre, e que foi ajudado por uma expansão das exportações no quarto trimestre de 4,1%. Neil Shearing, economista-chefe da Capital, observa que o desempenho das exportações do Brasil é extremamente volátil e não pode ser levado em conta para apoiar ainda mais o crescimento deste ano.

Fonte: Jornal do Brasil

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