Ucrânia reduz importações do Brasil com crise, porém exporta mais grãos
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- 13/03/14
Em janeiro e fevereiro deste ano, a receita com os embarques totais do Brasil à Ucrânia somou US$ 27,5 milhões, queda de 60% ante o mesmo período de 2013.
No caso da carne suína, a retração chegou a 87% -as exportações saíram de US$ 38,5 milhões para US$ 5,1 milhões. "Os ucranianos simplesmente pararam de fazer pedidos às empresas brasileiras", afirma Rui Vargas, presidente da Abipecs, que representa os exportadores.
No ano passado, a Ucrânia foi o terceiro principal importador da carne suína do Brasil, com uma participação de 15% no total embarcado. "Estamos há quase quatro meses sem exportar para lá", diz. A situação agravou a fase ruim das exportações de suínos, que apresentam recuo de 12,4%, em valor, neste ano.
Outros itens da pauta brasileira à Ucrânia, como café (extratos e concentrados) e tripas de animais, também sofrem neste ano, com reduções de 30% e 46% na receita, respectivamente.
O curioso é que as exportações ucranianas de grãos se mantêm firmes, apesar da crise. Em fevereiro, o país embarcou 2,3 milhões de toneladas de grãos, um recorde para o mês, segundo o ministério da agricultura ucraniano.
Desde o início do ano comercial, que terminará em junho, a Ucrânia exportou 24,7 milhões de toneladas de grãos, um aumento de 36% em relação ao ano anterior.
A Ucrânia é o quinto principal exportador de trigo e o quarto vendedor de milho para o mundo. Por isso, a crise no país contribui para a volatilidade nos preços dos grãos.
Peso 1 A preocupação nas Bolsas de commodities com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia se justifica pela relevância do país no mercado.
Avanço Nas últimas três safras, a Ucrânia praticamente dobrou as suas exportações de trigo, que devem somar 10 milhões de toneladas em 2013/14 -o equivalente a 6% do comércio global.
Peso 2 No caso do milho, a participação da Ucrânia nas exportações mundiais é ainda maior. Segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, essa fatia deve atingir 16% do total nesta safra.
Preço O trigo, no entanto, é o mais afetado pelas especulações, com alta de 12% em 30 dias em Chicago.
Fonte: Folha de São Paulo