Lei agrícola dos EUA prejudica mais o Brasil que a da Europa, diz CNA

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A afirmação consta no estudo inédito Política Agrícola dos Estados Unidos e da União Europeia: Impacto no Agronegócio Brasileiro, encomendada pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Segundo o estudo, os produtos brasileiros mais prejudicados pelos subsídios dos Estados Unidos são a soja, o milho, o algodão e o trigo. Somente nas três primeiras culturas, o Brasil deve perder US$ 4,3 bilhões até 2018 com a redução dos preços no comércio internacional devido ao aumento da produção americana. No caso dos europeus, a maior ameaça está no açúcar e nos lácteos.

Ao analisar os efeitos da PAC e da lei agrícola americana, o estudo mostra que a mais prejudicial ao Brasil é a dos Estados Unidos. O estudo mostra que a lei, aprovada em fevereiro, prevê gastos entre US$ 12,8 bilhões e US$ 19,8 bilhões por ano entre 2014 e 2018 para financiar políticas de garantia de preços e renda. O estudo afirma que são essas políticas que poderão ampliar a produção norte americana e reduzir preços no mercado internacional, distorcendo mercados. Já no caso dos Europeus, o estudo afirma que o bloco de países eliminou subsídios á exportação e se concentrou em repasses diretos aos produtores, sem preocupação com níveis de produção ou tipo de produto. Segundo o estudo, essa mudança também causará grandes distorções, mas seu efeito é mais pulverizado devido ao investimento em diversas culturas. A nova PAC possui orçamento anual de 60 bilhões de euros, distribuídos entre os 28 membros. O total de recursos, segundo o estudo, equivale a 14% do total da renda do produtor rural europeu.

O peso dos subsídios, porém, foi menor nos últimos cinco anos, devido aos preços mais elevados das commodities no mercado internacional. Com a tendência de recuo dos preços, o estudo mostra que devem crescer mecanismos de sustentação de preços e renda, principalmente nos Estados Unidos.

Segundo o estudo, com dados do USDA, os preços de milho e trigo devem cair quase 15% na safra 2014/15, e os de soja cerca de 30%.

A presidente da CNA, senadora Kátia Abreu, afirmou que quer cobrar do governo um posicionamento mais proativo do governo brasileiro na OMC.

Aguardaremos o painel de implementação, que está em via de ser protocolado, no caso do algodão. Esse painel servirá de base para a abertura de novos contenciosos, caso não hajam entendimentos, disse a senadora. Estamos trabalhando com um livre comércio com a União Europeia e o Mercosul. Fiquei sabendo que a Argentina já apresentou sua lista e o assunto está avançando.

Fonte: Canal do Produtor

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