Desnutrição afeta intelecto de crianças norte-coreanas, diz ONU
- Detalhes
- 25/04/14
Um relatório do Programa Mundial de Alimentos (PMA) aponta que a desnutrição afeta o desenvolvimento físico e intelectual dos norte-coreanos, especialmente das crianças. Uma em cada três está raquítica e 20% delas têm peso inferior ao normal.
A situação pode ficar ainda mais grave com a saída dos doadores internacionais do país, o mais fechado do mundo. Muitos estão optando por deixar a Coreia do Norte e colocar seus recursos em países onde seus funcionários tenham melhores condições para realizar o seu trabalho.
No ano passado, o PMA, uma agência da ONU, elaborou um programa de US$ 447 milhões que beneficiaria, ao longo de dois anos, 2,4 milhões de crianças e mulheres grávidas. Mas a falta de verbas reduziu para 1,6 milhão de atendidos. Cerca de 500 mil crianças da zona rural não receberam mais ajuda partir deste mês, ainda de acordo com o relatório do Programa de Alimentos — que foi obtido pela agência Associated Press. Em março foram fechadas cinco de sete fábricas que produziam pães para serem distribuídos a 500 mil alunos em escolas rurais. No país, cerca de 16 milhões necessitam da distribuição de cereais oferecida pelo Estado.
Mas, enquanto o Norte percorreu um longo caminho desde da fome dos anos 1990, quando centenas de milhares podem ter morrido, o país continua a sofrer escassez de alimentos generalizada agravada por frequentes desastres naturais, crescimento econômico limitado e a falta de sementes, fertilizantes e combustível, de acordo com uma versão interna, preliminar do relatório que está sendo preparado pelo PAM para os doadores atuais ou potenciais.
O relatório também destacou a preocupação com a própria crise de financiamento do PMA.
Para cumprir as suas metas, o PMA precisa de US$ 18 milhões por mês. Mas tem apenas R$ 6,7 milhões por mês disponível.
"É como uma gota de água sobre uma pedra quente", disse Dierk Stegen, representante em Pyongyang da PMA.
De acordo com o relatório do PMA, a dieta do norte-coreano médio é alarmantemente baixa em gorduras, proteínas, legumes e frutas.
Fonte: O Globo