Exportações para a China seguem em alta mas superávit tem queda de 6% no período janeiro-maio
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- 13/06/14
Apesar de as exportações globais do Brasil para a China terem apresentado um crescimento ligeiramente superior a 5% entre os meses de janeiro e maio, o superávit acumulado pelo País no intercâmbio com os chineses registrou uma queda de cerca de 6% no período, comparativamente com os cinco primeiros meses do ano passado. De janeiro a maio, a balança comercial bilateral é favorável ao Brasil em US$ 3,3 bilhões, contra um saldo de US$ 3540 em igual período de 2013. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (superávit ).
Ao analisar os números do comércio sino-brasileiro, o secretário de Comércio Exterior (Secex) do MDIC, Daniel Godinho, afirmou que não percebe queda na demanda chinesa por produtos brasileiros. Segundo ele, a queda verificada nas exportações de soja no mês de maio não pode ser vista como indicativa de tendência, porque no acumulado do ano as vendas subiram a uma taxa recorde de 22%. Os dados do MDIC mostram, no período janeiro-maio, aumentos importantes nas exportações de alguns produtos e quedas preocupantes nas vendas de outros destacados itens que integram a pauta exportadora para a China.
No caso da soja, por exemplo, as vendas passaram de US$ 8,252 bilhões em 2013 para US$ 9,663 bilhões este ano, com uma significativa alta de 16,74%. Aumentos importantes foram registrados também nas exportações de bovinos, inclusive búfalos, que passaram de US$ 90 milhões para US$ 125 milhões este ano, com um crescimento de 50,55% e de açúcar, que geraram receita de US$ 266 milhões este ano (contra US$ 192 milhões de janeiro a maio de 2013).
Mas se as exportações de soja foram 16,74% superiores àquelas registradas de janeiro a maio do ano passado, as vendas de outros dois dos três itens que lideram a pauta exportadora para a China, minério de ferro e petróleo, seguiram caminho oposto. As exportações de petróleo, por exemplo, apresentaram queda significativa, da ordem de 25,60%, passando de US$ 1,318 bilhão em 2013 para US$ 981 milhões este ano.
Por outro lado, as vendas de minério de ferro foram duplamente afetadas pela queda na demanda por parte das indústrias chinesas e pela retração nos preços do produto no mercado internacional. Com isso, a receita gerada pelas exportações que somou US$ 5,692 bilhões de janeiro a maio de 2013 caiu para US$ 5,646 bilhões este ano.
Outro produto a seguir essa curva descendente foi o ferronióbio, que tiveram exportações no total de US$ 118 milhões este ano após terem gerado receita da ordem de US$ 160 milhões nos cinco primeiros meses de 2013, uma queda de 26,38%.
Por outro lado, praticamente todos os principais produtos exportados pela China para o Brasil tiveram altas no período janeiro-maio. E chamou a atenção a inserção, no período, de um novo item envolvendo barcos-faróis, guindastes, docas e diques flutuantes, que geraram para os chineses receita da ordem de US$ 379 milhões e que não apareceram nas estatísticas do comércio bilateral nesse mesmo período do ano passado.
Cresceram também as exportações de outras partes para aparelhos de telefonia/telegrafia (US$ 582 milhões em 2014, contra US$ 337 milhões ano passado), laminados de ferro/aço (US$ 107 milhões contra US$ 22 milhões em janeiro-março de 2013) e telas para microcomputadores portáteis (US$ 208 milhões contra US$ 177 milhões no período janeiro-maio de 2013).
Fonte: Comex