Bird rebaixa projeções e diz que emergentes terão período difícil

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O Banco Mundial cortou a projeção para o crescimento global em 2014 de 3,2% para 2,8%, destacando que os países em desenvolvimento caminham para um ano de expansão decepcionante.

Para esse grupo, a instituição reduziu a estimativa para 4,8%, abaixo dos 5,3% esperados em janeiro.

Fatores - "O mau tempo nos EUA, a crise na Ucrânia, o reequilíbrio na China, os conflitos políticos em vários países de renda média, o avanço lento em reformas estruturais e as restrições de capacidade estão contribuindo para o terceiro ano seguido de crescimento das nações em desenvolvimento abaixo de 5%", aponta o Banco Mundial, no relatório Perspectivas Econômicas Globais, divulgado essa semana. Reformas estruturais - Para o presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim, esse nível não basta para criar os empregos necessários para melhorar a vida dos 40% mais pobres. "Os países precisam agir logo e investir mais em reformas estruturais internas para atingir um crescimento mais amplo, necessário para acabar com a pobreza na nossa geração."

Reduções - Brasil, México, Argentina, Índia, África do Sul, Turquia e Rússia tiveram suas estimativas de crescimento bastante reduzidas. No caso da China, a redução foi pequena, de 7,7% para 7,6%.

Vulnerabilidade - O relatório diz que os riscos para os países em desenvolvimento diminuíram em relação ao ano passado, mas observa que essas economias continuam vulneráveis à volatilidade nos mercados e a outras ameaças. Uma delas é o processo de reequilíbrio da economia chinesa, num quadro de esfriamento do mercado imobiliário.

China - Para o Banco Mundial, as reformas anunciadas pela China desde novembro mostram o compromisso com a melhora da alocação de recursos e o papel crescente das forças de mercado na economia. No entanto, o estudo nota que esse processo, em que o consumo passa a ter mais importância do que o investimento, é uma "tarefa formidável", por se dar num cenário em que é preciso reduzir a instabilidade financeira, à medida que o crescimento do crédito desacelera e reformas financeiras são implementadas. Um pouso forçado da China poderia ter efeitos significativos no leste da Ásia, afetando também exportadores de commodities.

Transição - O Banco Mundial enfatiza, porém, que essa transição da China se dá num momento em que se espera uma aceleração dos países desenvolvidos. Para a instituição, o aumento da demanda das economias ricas deve mais do que compensar a desaceleração das importações do país asiático. Pelo estudo, a combinação de uma alta de 1 ponto percentual no crescimento nos países ricos e de desaceleração igual na China, deev fazer o PIB nos países em desenvolvimento aumentar 0,24 ponto percentual, sendo 0,22 ponto no leste da Ásia e 0,29 ponto na América Latina.

Ucrânia - A escalada de tensões na Ucrânia é outra fonte de preocupação. Segundo o relatório, uma piora acentuada da situação poderia levar a fortes saídas de capitais dos emergentes, o que afetaria o crescimento. O Banco Mundial espera um crescimento para a Rússia de apenas 0,5% neste ano - em janeiro, previa 2,2%. Para a Ucrânia, a expectativa é de uma contração do PIB de 5% em 2014.

Normalização monetária - Outra questão a ser levada em conta é a perspectiva de normalização monetária nos países desenvolvidos, especialmente nos EUA. "Quando os juros nos países desenvolvidos sobem, as taxas nos países em desenvolvimento sobem ainda mais", diz o relatório, observando que juros mais altos tenderão a afetar o crescimento.

Estudos - O Banco Mundial cita estudos que indicam que o aperto das condições financeiras globais, com o retorno à neutralidade da política monetária americana, pode elevar em 1 ponto percentual os prêmios de risco dos títulos dos países em desenvolvimento. No caso brasileiro, a alta poderia superar 2 pontos.

Fonte: Ocepar

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