Importações de soja nos EUA devem diminuir nos próximos meses
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- 18/06/14
Apesar da safra anterior dos EUA ainda ter grande atenção do mercado, o clima favorável para a nova safra e a logística para exportação de soja dos norteamericanos deve fazer com que as importações parem de crescer nos próximos meses.
Uma ação inesperada da China surpreendeu o mercado em março, quando os importadores chineses cancelaram 600 mil toneladas de compras de soja do Brasil. Como resultado, um executivo de uma grande companhia começou a vender oleaginosas plantadas no Brasil para alguns importadores americanos. Ao mesmo tempo em que a demanda chinesa por soja havia caído de 20% a 30% por conta de uma epidemia de gripe aviária.
Os embarques cancelados precisavam encontrar um novo destino. Nos meses seguintes, players americanos acharam a soja brasileira barata e decidiram comprar os embarques cancelados pela China anteriormente. Entre abril e maio, mais de 200 mil toneladas vieram do país sulamericano aos portos dos Estados Unidos. Segundo Carlos Cogo, um analista experiente de Porto Alegre, não é incomum que os EUA importe soja do Brasil, mas nesse ano o volume será recorde. "Ambos os países abastecem um ao outro todos os anos. Mas nesse ano isso será maior. Continuará até a entressafra", diz Cogo.
Até agora, os EUA são o quarto maior importador de soja do Brasil no ano. Em 2013, o país norte-americano importou um total de 324.522 toneladas da nação sulamericana, sendo o décimo terceiro maior importador e batendo um recorde 2004, dizem os números de Carlos Cogo.
Anne Frick, analista de oleaginosas da consultorita Jefferies Bache de Nova York, explica que a razão pela qual foram feitas tantas importações do Brasil é que os americanos exportam muito farelo de soja durante a primeira metade da safra. "Isso esgotou a capacidade de abastecimento interno", diz Anne.
"Em primeiro de março os estoques de soja foram os mais baixos como pecentual de uso da história e a proporção dos estoques de junho usados provavelmente seja ainda mais extrema. O mercado esperou do Brasil aliviar uma situação muito apertarda (nos EUA). No entanto, logisticamente, os Estados Unidos estão muito preparados para exportar, não para importar, então isso limitará as importações. Também no passado as estimativas de importações forma sempre superestimadas", afirma Anne.
Segundo o USDA, os EUA importação um total de 90 bushels com grandes importações da América do Sul durante o primeiro mês da próxima temporada (setembro). "Para atingir a previsão do USDA, os EUA precisam de cinco a seis novos embarques de América do Sul no período entre Junho e Agosto", acrescenta ela.
Fonte: Agroeste