Jean Claude Juncker é eleito novo presidente da Comissão Europeia

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O plenário do Parlamento europeu aprovou, por 422 votos a favor contra 250 contra, o nome de Jean Claude Juncker para presidente da Comissão Europeia nesta terça-feira (15) em Estrasburgo, na França.

O presidente do Parlamento, Martin Schulz, informou que votaram 729 dos 751 delegados que tem direito a voto, sendo que 10 votaram em branco e 47 anularam seu voto. A maioria obtida por Juncker equivale a 56,19% do plenário. Schulz declarou ainda que o "dia de hoje foi um passo histórico para a democracia europeia". Juncker tem 59 anos e foi premier de Luxemburgo entre 1995 e 2013. Conhecido por idéias pró-Europa, ele chegou a ocupar a Presidência da Comissão Europeia durante dois semestres, em 1997 e 2005.

Discurso Antes da votação no Parlamento, Juncker enviou um discurso com suas propostas para a União Europeia. "A minha primeira prioridade é reforçar a competitividade e estimular os investimentos. E, nos primeiros três meses, apresentaremos um pacote ambicioso para o trabalho, o crescimento e os investimentos", disse o novo presidente que acrescentou que esses novos projetos "mobilizarão até 300 bilhões de euros em três anos". Sobre o aumento de países na União Europeia, ele afirmou que "as atuais negociações para o alargamento da UE continuarão", em particular com os países dos Balcãs, "mas não haverá nenhum outro aumento nos próximos cinco anos". Juncker também reforçou sua postura de manter o bloco econômico unido, apesar de muitas lideranças estarem repensando se continuarão na UE - caso da Grã-Bretanha, de David Cameron.

 

"Renunciamos ao nacionalismo porque na Europa se perde e se vence junto. Não modificaremos o Pacto de Estabilidade porque a estabilidade foi a promessa com a introdução de uma moeda única - e não vou violar isso". Ele ainda acrescentou que "devemos acreditar que a moeda única não divide a Europa, mas a protege".

O novo presidente aproveitou para falar sobre as mudanças estruturais do bloco, ressaltando que "criaremos um governo econômico em que a UE será rigorosa com as reformas estruturais que devem refletir com estímulo financeiro para acompanhar a criação de uma capacidade de equilíbrio da zona do euro". Outra questão abordada em seu discurso foi a imigração. "Nominarei um comissário especial para a imigração, que trabalhe em parceria com todos os países-membros e com os países interessados na questão. Esse problema não pertence só as Nações ao sul, mas sim a toda a Europa", afirmando que a ajuda financeira de 90 milhões de euros "certamente não basta" para ajudar os Estados envolvidos.

Apoio x Críticas

A presidência de Juncker dividiu as Nações da União Europeia e, nesta terça-feira, foi possível ver essa ruptura nas declarações dadas após a eleição do novo presidente. Para a ministra de Relações Exteriores da Itália, Federica Mogherini, Juncker é "um bom candidato, mas terá que lidar com 10 ou 11 países contra". Para o deputado italiano, Sandro Gozi, o discurso do novo dirigente "falou das prioridades que nós insistimos desde o início". Gozi declarou que está "satisfeito plenamente" com as propostas de Juncker, especificamente pelo "plano de investimentos públicos".

Seguindo a mesma linha, outro deputado italiano, Paolo De Castro, falou que "o voto de hoje foi uma grande vitória para o Parlamento europeu". "A Comissão escolheu um homem dos cidadãos e não só dos políticos. Uma escolha histórica, furto de um percurso muito grande da democracia", disse De Castro.

Já o governo russo emitiu uma nota parabenizando Juncker, dizendo que espera que a eleição "permita que a relação entre a Rússia e a União Europeia se desenvolva ativamente e no espírito da parceria estratégica".

Por outro lado, o líder do grupo eurocético, Nigel Farage, disse não acredita "em nenhuma palavra que Juncker falou". Ele ainda falou que a eleição foi um "golpe de Estado" dos alemães e dos franceses para dominar a Europa.Outra feroz crítica à Juncker veio da francesa Marine Le Pen.

"Após Barroso, continuará a desgraça fiscal. E nós a combateremos. Nos países europeus, os patriotas são sempre mais numerosos. Esperamos somente o momento de mandar a UE para os tecnocratas e ela ser esquecida pela história. Eles estão sob vigilância e todos os patriotas o controlarão sem trégua", ameaçou Le Pen. Sobre essa postura de Le Pen, Juncker afirmou: "Obrigado Le Pen por não votar em mim. Não quero apoio de gente que rejeita e gosta de exclusão".

Fonte: Jornal do Brasil

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