China tenta ampliar relação comercial com América Latina
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- 18/07/14
Com o apoio do Brasil, a China tentou ontem (17), em um encontro com dirigentes de 18 países latino-americanos, assegurar uma maior presença comercial e política do gigante asiático na América Latina, na América Central e no Caribe. A reunião, organizada pela presidente Dilma Rousseff, teve início às 16h30, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
O presidente chinês , Xi Jinping, foi recebido com honras de chefe de Estado no Palácio do Planalto e logo em seguida participou de uma reunião bilateral com Dilma. No encontro, foram assinados 32 acordos comerciais com foco na ampliação das transações entre os dois países.
De acordo com informações de assessores da Presidência e de diplomatas brasileiros, o presidente Chinês pediu ao Brasil para que convidasse outros líderes da América Latina para uma conversa visando a ampliar as relações do país com a região. Em razão de o Brasil ser o quarto maior parceiro comercial da China, Xi Jinping avaliou que o contato político com outras nações latino-americanas deveria ocorrer com a participação do governo brasileiro. No encontro, não serão firmados acordos, nem haverá declaração à imprensa.
Segundo um ministro do governo brasileiro, o encontro se trata de um "esforço de aproximação". Uma das principais preocupações da China é garantir segurança alimentar e energética. Para isso, o aumento das transações comerciais com países da América Latina é considerado estratégico.
Um dos acordos assinados por Xi Jinping e Dilma nesta quinta prevê a construção de uma ferrovia transoceânica, que ligará o Peru ao Brasil. O objetivo é facilitar a exportação de grãos brasileiros para a China pelo oceano Pacífico. A obra deve reduzir em US$ 30 o valor de cada tonelada de grão vendido ao país asiático.
Além de Dilma e Xi Jinping, participarão do encontro desta quinta, em Brasília, os presidentes Luis Guillermo Solís (Costa Rica), Juan Manuel Santos (Colômbia), Rafael Correa (Equador), Dési Boutersi (Suriname), Nicolás Maduro (Venezuela), Evo Morales (Bolívia), Michelle Bachelet (Chile), Raúl Castro (Cuba), Donald Ramotar (Guiana) e José Mujica (Uruguai).
Além deles, são esperados representantes da Argentina, Paraguai, Perú, México e o primeiro-ministro de Antígua e Barbuda, Gastón Browne.
Ao chegar para o encontro da Unasul na sede do Ministério das Relações Exteriores, o presidente da Colômbia enalteceu a China como parceira comercial dos países da América Latina. Juan Manuel Santos afirmou que o objetivo da reunião em Brasília é "incrementar" as negociações entre os países.
"A China é um país muito importante para todos os países da América Latina e muitos deles incrementaram, assim como a Colômbia, um fortíssimo comércio com a China. E, claro, nos interessa seguir incrementando esse comércio, seguir incrementando as negociações. Isso faz parte do que está previsto para esta cúpula", disse o chefe de Estado colombiano.
Cúpula do Brics
Nesta semana, durante a VI Cúpula dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em Brasília, Dilma Rousseff defendeu uma relação "permanente" entre o grupo de nações em desenvolvimento e os países sul-americanos.
Na tentativa de intensificar as relações com os países do Brics, Dilma recebeu nos últimos dias, em audiências oficiais, os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, da China, Xi Jinping, e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. Em todas os encontros, o Brasil assinou diversos acordos de cooperação em áreas como ciência e tecnologia, comércio exterior, educação e saúde.
Durante a cúpula dos Brics, o grupo anunciou a criação do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), que terá capital inicial de USS% 50 bilhões, mas pode chegar a US$ 100 bilhões. O objetivo será financiar projetos de infraestrutura em países emergentes. Líderes sul-americanos apontam o NBD como uma alternativa aos atuais mecanismos financeiros internacionais.
Fonte: G1