Restrição de acesso de navios ao porto pode gerar prejuízo milionário ao Rio de Janeiro
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- 04/08/14
A restrição de navegar pela Baía de Guanabara, imposta pela Capitania dos Portos, por causa da competição Aquece Rio Regata Internacional de Vela, primeiro evento-teste para os Jogos Olímpicos de 2016, deve causar prejuízo de milhões de reais. A denúncia é de André de Seixas, diretor de uma empresa de logística que está formando uma associação de usuários de portos no estado, para buscar melhorias na prestação dos serviços portuários.
A navegação ficará proibida na parte sul da Baía de Guanabara entre os dias 3 e 9 de agosto, das 11h às 17h. De acordo com Seixas, isso inviabiliza a operação portuária, já que os navios não poderão entrar nem sair da baía. Ele trabalha no setor há 22 anos e afirma que nenhum país fecha seus portos.
"Um porto é uma fronteira comercial, e todos os países, mesmo que sejam emergentes ou de primeiro mundo, jamais fecham seus portos. Porto nesses países é uma coisa sagrada, você não pode fechar, você não pode impedir o acesso de um navio a um porto, ainda mais em horário comercial. A gente sabia que a regata iria acontecer, o que a gente não sabia é que seria na parte sul da baía, onde estão os terminais, e isso impediria a entrada de navios", explicou. De acordo com ele, "centenas" de navios utilizam o Porto do Rio toda semana, e o prejuízo causado pelas horas que terão que ficar parados fora da baía é "incomensurável". "As operações portuárias são eficientes demais, não podem parar nem no mar nem em terra. Tempo hoje é dinheiro, se o navio está parado ali seis horas ele está perdendo dinheiro. Um navio conteineiro parado custa US$ 100 mil por dia. Então, se ele fica ali parado seis horas, desnecessariamente, são US$ 20 mil dólares de prejuízo", calcula.
Seixas explica que a interrupção também vai atrasar o cronograma anual das embarcações, que cumprem rotas regulares pelo mundo, além de prejudicar todos os usuários do porto com atrasos para embarque e desembarque. Ele informa que vai denunciar o presidente da Companhia Docas do Rio de Janeiro e o capitão dos Portos ao Ministério Público na segunda-feira (4).
De acordo com a Cia Docas, "a determinação de fechamento do porto partiu do Comitê Olímpico Internacional", organizador do evento, para "evitar acidentes envolvendo pequenas embarcações na Baía de Guanabara". Destaca também que foram feitas reuniões a respeito da questão com os agentes marítimos, e os usuários foram informados das restrições.
A Secretaria dos Portos da Presidência da República informa que o fechamento de um porto é uma decisão administrativa da autoridade portuária, no caso a Cia Docas, e não interfere na questão.
Fonte: Agência Brasil