Europa elabora plano de emergência de olho em eventual corte na oferta de gás russo
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- 01/09/14
A União Europeia poderia proibir exportações de gás e limitar o uso industrial como parte de medidas de emergência para proteger a oferta de energia às famílias neste inverno, disse uma fonte, enquanto se prepara para uma possível interrupção no fornecimento de gás da Rússia como resultado da crise da Ucrânia.
A Rússia é o maior fornecedor de petróleo, carvão e gás natural à Europa, e seus dutos que cortam a Ucrânia são atualmente alvo de manobras políticas, e não pela primeira vez, enquanto a Europa e Moscou entram em conflito devido à ação militar russa na Ucrânia.
Kiev alerta que a Rússia planeja interromper a oferta de gás, enquanto Moscou diz que a Ucrânia poderia roubar energia destinada à UE, que acaba de ameaçar novas sanções se Moscou não retirar suas tropas da Ucrânia. Embora compradores de petróleo e carvão consigam encontrar novos fornecedores de forma relativamente rápida, o sudeste da Europa recebe a maior parte de seu gás da Gazprom, controlada pelo Kremlin.
Cargueiros do Catar e da Algéria trazem gás natural liquefeito (GNL) à Europa via portos ao longo dos oceanos Atlântico e Mediterrâneo, mas compradores europeus costumam revender esses carregamentos no exterior por preços mais altos, em vez de abastecer seu mercado doméstico.
Uma fonte da Comissão da UE disse que o órgão está considerando proibir essa prática para fortalecer as reservas.
"No curto prazo, estamos bastante preocupados com a oferta no inverno no sul da Europa", disse a fonte, que tem conhecimento direto dos planos energéticos de emergência da Comissão.
"Nossa melhor esperança no caso de um corte é a medida de emergência 994/2010, que poderia evitar que o GNL deixe a Europa, além de limitar o uso industrial de gás, para proteger as famílias", disse a fonte.
A Regulação da UE número 994/2010, aprovada em 2010 para proteger as ofertas de gás, pode incluir proibir que campanhias de gás vendam carregamentos de GNL fora da Europa, mantendo mais gás nas reservas, e ordenar à indústria que pare de usar gás.
Fonte: Reuters