Dilma Rousseff defende política externa atual e parcerias comerciais com o Mercosul e os Brics

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A presidente Dilma Rousseff, que disputa a reeleição, afirmou ontem (8) que o Brasil nunca mais poderá voltar à situação em que dava as costas para a América Latina e se preocupava somente com os Estados Unidos e a Europa. Ela defendeu as relações comerciais com os países do Mercosul e com o Brics, bloco do qual o Brasil faz parte, junto com a Rússia, a Índia, a China e a África do Sul

Dilma negou que haja questões ideológicas nessas parcerias. "Ninguém pode minimizar a importância da América Latina para Brasil, o maior país da região. Nenhum país com o tamanho do Brasil, com uma região como essa, pode se dar o luxo de dar as costas para quem quer que seja", disse a candidata a jornalistas nesta tarde, no Palácio da Alvorada. Segundo ela, diminuir o papel da região é uma "temeridade". Segundo a candidata, o comércio com América Latina, a África e a Ásia aumentou em seu governo. "Oitenta por cento da exportação que fazemos para a América Latina é de manufaturas, valor agregado", disse ela, enfatizando que reduzir o papel do setor nas parcerias internacionais desfavorece o crescimento da produção e do comércio.

Ainda na linha de defesa da atual política externa, Dilma citou a abertura do mercado brasileiro de carne para a China, o Oriente Médio e a Rússia, e a formação do Banco de Desenvolvimento do Brics, que terá capital inicial de US$ 100 bilhões. "Imaginem a alavancagem que isso dá em termos de investimento."

Dilma citou algumas divergências do Brasil com outras nações, como a questão dos direitos humanos, com a China, e a base militar de Guantánamo, com os Estados Unidos, mas disse que as negociações não devem se iniciar com as pautas que separam os dois países. "Ninguém vai fazer política externa com base em ideologia. [...] eu não posso sentar em nenhum país e colocar na pauta as duas coisas que me separam deles", declarou.

Ainda segundo a presidente, os termos do Mercosul para que seja fechado acordo com a União Europeia estão prontos, restando agora a superação de problemas sobre os produtos agrícolas por parte dos países europeus. "Então, não é trivial passar o acordo. Não coloquem na conta de quem está pronto problemas de quem não está pronto. [...] O problema é este, negociar acordo de livre comércio na Europa requer um tempo, esforço [...]. Quem não participa, acha que é fácil."

Fonte: Agência Brasil

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